O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira que os integrantes do Conselho de Administração da Petrobras não tinham informações plenas na época sobre o processo de aquisição da refinaria de Pasadena. “Não estou falando só da presidente Dilma. Estou falando de todos os conselheiros, de empresários membros da sociedade”, disse.

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Mantega, por mais de um vez, lembrou que o conselho também era formado por representantes do setor privado como Fabio Barbosa, Jorge Gerdau e Claudio Haddad. “Todas pessoas da mais alta qualificação. Não sabiam daquelas cláusulas. Mas eu não quero julgar porque eu não estava presente”, afirmou em audiência pública na Câmara. Segundo ele, a atuação dos conselheiros é bem limitada pela sua esfera de competência.

Ele também voltou a argumentar que não fazia parte do conselho de administração da Petrobras quando foi decidida a compra da refinaria de Pasadena. “O deputado força a barra para eu me pronunciar sobre reunião que eu não estive”, disse o ministro em referência ao parlamentar da oposição, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que perguntou sobre o assunto no momento de réplica dos deputados.

Mantega esclareceu que o conselho de administração recebe um resumo executivo. “Estão presentes os diretores, em geral está presente uma empresa que fez alguma auditoria e, com isso, fundamenta a operação para ver se ela é boa ou não”, esclareceu. “Eu não estava presente quando o conselho tomou a decisão e não foi apresentada para o conselho a minuta do acordo e nem o parecer jurídico. Portanto eu não posso falar de uma reunião que eu não estive.” O ministro disse, entretanto, que todos os presentes votaram pela mesma posição e que são “pessoas de respeito”.

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O ministro voltou a dizer que estava presente na reunião de 2008 em que foi discutida a compra da segunda parte. “A assessoria jurídica estava presente e não se manifestou. Poderiam ter sido apresentadas essas cláusulas e não foram. Acabamos detectando que existiam cláusulas Marlim e Put Option”, afirmou. “Queríamos anular a compra de 50%, porque naquele período a empresa sócia não tinha feito investimento necessário. Não era conveniente e o conselho como um todo resolveu não aprovar a segunda parte”, disse. “A melhor solução seria que o tribunal de arbitragem decidisse pela não aquisição. Infelizmente ele confirmou a aquisição e tivemos que fazer o pagamento”, concluiu.