Cerca de 500 manifestantes ligados ao Fórum de Servidores Públicos Estaduais do Rio Grande do Sul (FSPE/RS) e a movimentos estudantis promoveram hoje uma série de protestos contra a governadora Yeda Crusius (PSDB) e o relator da CPI da Corrupção, Coffy Rodrigues (PSDB). Durante a madrugada, as estátuas de Santos Dumont, em Canoas, e do Laçador, em Porto Alegre, foram cobertas por capuzes com a inscrição “Deputado Coffy nos deixa cobertos de vergonha. Está do lado da corrupção. Fora Yeda, impeachment já”. Peças semelhantes também foram colocadas em outros bustos de parques e praças da capital gaúcha, mas todas foram retiradas em poucos minutos pela Brigada Militar, a polícia gaúcha.

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Nas primeiras horas da manhã, os sindicalistas distribuíram panfletos na Esquina Democrática, no centro da cidade, acusando Coffy e os deputados aliados de Yeda de obstruírem a CPI, instalada há quase um mês na Assembleia Legislativa do Estado para investigar se agentes públicos participaram ou encobriram irregularidades no Detran e em licitações. A comissão já se reuniu três vezes, mas não teve quorum para votar requerimentos porque os governistas não compareceram.

Ao mesmo tempo, estudantes secundaristas e universitários marcharam do bairro Azenha até o centro da cidade pedindo o impeachment de Yeda e o afastamento de Coffy da CPI. Ao final, os dois grupos se juntaram na Praça Marechal Deodoro e entraram na Assembleia Legislativa, onde subiram até o quarto andar e ocuparam o corredor de acesso ao gabinete de Coffy.

O deputado chegou a receber dos estudantes um pedido para que se afaste da CPI. Os manifestantes ficaram no local por cerca de meia hora e depois saíram do prédio. “Pedimos uma postura adequada do parlamentar perante a opinião pública, que quer respostas para as denúncias de corrupção no Estado”, relatou um dos líderes da manifestação, Rodolfo Mohr.

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Coffy considerou os protestos como “normais” e chegou a desdenhar deles ao dizer que seu nome estava muito pequeno nos cartazes expostos pelos manifestantes. “Os motoristas que passavam não conseguiam nem ler”, afirmou, prometendo que continuará como relator da CPI e disposto a voltar às reuniões quando a presidente da comissão, Stela Farias (PT), colocar em votação o plano de trabalho que ele elaborou. A deputada petista sustenta que acolheu 12 das 16 sugestões apresentadas pelo tucano e que a organização do trabalho é prerrogativa do presidente e não do relator.