A Polícia Militar está tendo de usar bombas de efeito moral para tentar conter uma confusão que está ocorrendo em frente ao Ministério da Justiça, em Brasília. Manifestantes que protestam nesta quarta-feira, 24, contra as reformas e pela renúncia do presidente Michel Temer, estão protagonizando vários de depredação contra prédios públicos.
Exército convocado
Há pouco, uma edição extra do Diário Oficial foi publicada com o decreto do presidente Michel Temer autorizando o uso das Forças Armadas em manifestações, de hoje até 31 de maio. O ministro Raul Jungmann fica responsável por delimitar o acesso da área monitorada pelo Exército.
Um grupo pequeno de pessoas com rostos cobertos provocam os policiais, jogando garrafas de água e pedaços de madeira contra os agentes e tentando furar a barreira colocada na Avenida das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional.
Incêndio no MAPA
O clima de tensão aumentou nesta tarde na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Manifestantes colocaram fogo no prédio do Ministério da Agricultura. Carros do Corpo de Bombeiros, Samu e caminhão pipa já estão no local para controlar a situação. Enquanto bombeiros se aproximam, manifestantes jogam pedaços de pau e uma pessoa se feriu no rosto.
Há barricadas montadas pela Esplanada, alguns ministérios estão sendo alvo de depredação e a polícia continua lançando bombas de gás e spray de pimenta para tentar dispersar os manifestantes.
Em reação, os policiais têm que usar até cassetetes. O policiamento está sendo reforçado no local. Lideranças do movimento pedem calma, orientam todos a não provocar a polícia e gritam “sem violência”.
Mais cedo, também houve uma pequena confusão entre policiais e manifestantes que não queriam passar pela revista.
A Avenida das Bandeiras é o limite para a chegada dos manifestantes. A Secretaria de Segurança e da Paz do Distrito Federal esclareceu que os participantes do protesto não poderão chegar até a Praça dos Três Poderes e ficará restrita ao quadrilátero da região da Esplanada dos Ministérios.
Mais cedo, responsáveis pela segurança do Palácio do Planalto informaram que o protesto poderia chegar até a frente do Palácio do Planalto. Segundo a Secretaria de Segurança do DF, entretanto, no mês passado 48 órgãos do Distrito Federal, Congresso e governo assinaram um protocolo para “grandes protestos” e estabeleceram a delimitação do espaço.
Campo de batalha
A área entre os ministérios da Justiça, dos Transportes e de Minas e Energia virou um campo de batalha na Esplanada dos Ministérios, com confronto entre a Polícia Militar e manifestantes. A polícia começou a soltar bombas e perseguir manifestantes que participam da marcha das centrais sindicais contra as reformas e pela renúncia do presidente Michel Temer.
É justamente no gramado em frente a esses ministérios que estão os carros de som do movimento. Os locutores que estão nos carros pedem que a polícia pare de atirar bombas, mas os artefatos continuam sendo disparados. Nos prédios, os servidores públicos já estão sofrendo com o odor do gás das bombas que estão sendo lançadas. O Ministério da Fazenda foi há pouco esvaziado, após tentativa de invasão.
Grupos tentaram invadir o prédio do Ministério da Fazenda em Brasília. Com paus e mastros de bandeiras, eles quebraram o vidro do edifício e foram retirados por integrantes da Força Nacional, que fazem agora um paredão para proteger o local.
Os manifestantes continuam próximos ao prédio e há muito barulho de bombas, que estão sendo lançadas na Esplanada dos Ministérios pela Polícia Militar. Mais cedo um dos manifestantes foi ferido e procurou ajuda no serviço médico do próprio ministério da Fazenda. Os servidores foram orientados a deixar o prédio.