O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o compositor Chico Buarque e outros artistas e intelectuais participam nesta noite de segunda-feira, 11, de um ato, no Rio, contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Cerca de cinco mil pessoas, de acordo com os organizadores do evento, acompanham o ato na Fundição Progresso, na Lapa.

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“É uma coisa absurda deixar na mão deste Congresso o futuro do País. Independente do resultado da votação, dá nojo e asco ver esse Congresso decidindo algo”, afirmou o humorista Gregório Duvivier, em seu rápido pronunciamento no ato. “O impeachment capitaneado por Eduardo Cunha é como um pênalti marcado pelo Eurico Miranda a favor do Vasco”, completou.

O humorista ressaltou que a manifestação tem críticas ao governo e pediu à presidente Dilma que “melhore e governe para a esquerda, em nome do projeto para a qual foi eleita”. Ao todo, cerca de 300 artistas e intelectuais assinaram o manifesto contra o processo de impeachment da presidente – entre eles, Wagner Moura e Caetano Veloso, que não estavam presentes devido a compromissos no exterior.

Também participaram a sambista Beth Carvalho, a atriz Letícia Sabatella, o teólogo Leonardo Boff, o escritor Eric Nepomuceno e os dramaturgos Aderbal Freire Filho e José Celso Martinez Correa. No campo político, acompanharam o ato o ex-presidente do PSB Roberto Amaral e o ex-ministro de Relações Exteriores Celso Amorim, entre outros artistas, juristas e intelectuais.

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Integrantes de diversos movimentos sociais também estão presentes, como UNE, MST, CUT, Unegro, Federação Única dos Petroleiros (FUP), além de militantes dos PT, PCdoB, PSOL e PDT. Do lado de fora, nos Arcos da Lapa, uma multidão acompanha pelo telão os discursos dos artistas, enquanto aguarda pronunciamento do ex-presidente Lula.

O manifesto, lido pelo escritor Eric Nepomuceno, chama de “ressentidos da derrota e aventureiros do desastre” os apoiadores do impeachment no Congresso. “Entendemos claramente que o recurso que permite a instauração do impedimento presidencial integra a Constituição Cidadã de 1988. E é por respeito a essa Constituição que seu uso indevido e irresponsável se constitui um golpe institucional. Quando não há base alguma para sua aplicação, o que existe é um golpe de Estado”, diz o texto.

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No palco, os artistas fizeram menção às pesquisas de intenção de voto, divulgadas pelo instituto Datafolha, no domingo, e também a falta de “fundamento jurídico e crime de responsabilidade” no pedido de impeachment que tramita no Congresso. Citado pelo dramaturgo Aderbal Freire Filho, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi vaiado pelo público.