Mangabeira quer o PMDB disputando a presidência

Em Curitiba, desde ontem, para apresentar uma proposta de governo para o Brasil aos peemedebistas reunidos na cidade para um encontro nacional, o advogado e professor Mangabeira Unger disse que é muito ruim para o País e péssimo para o PMDB não ter programa nem candidato para oferecer na eleição presidencial do próximo ano.

“O PMDB não pode ficar reduzido ao papel de massa de manobra. Não é normal que um partido como o nosso não tenha candidato, que não apresente uma alternativa ao país”, afirmou Unger, que citou o governador do Paraná, Roberto Requião, como um dos nomes que poderiam representar o PMDB na disputa do próximo ano.

Em visita à redação de O Estado do Paraná e Tribuna da Paraná, Mangabeira admite que é difícil demover as lideranças do partido a desistir das negociações com o PT sobre aliança para a disputa do próximo ano, mas garante que a maioria do partido gostaria de ter um candidato próprio à sucessão do presidente Lula.

“Não tenho ilusões sobre as dificuldades do caminho que estou propondo. Mas insisto no que é correto e que é o melhor para o PMDB. Tenho percorrido os estados fazendo essa discussão e as bases do partido abraçam essa tese, ainda que sejam céticos sobre as chances de vir a prosperar”, disse.

Seja qual for o caminho que o PMDB siga na eleição do próximo ano, a candidatura própria e o plano de governo seriam pressupostos básicos em qualquer situação, acredita Mangabeira.

Ainda que a decisão final fosse por uma aliança, ao menos seria legitimada por uma negociação programática e não apenas pela conquista de cargos, comparou o professor.

Sem preconceitos

Como pontos fundamentais da proposta nacional do PMDB, o professor citou o aprofundamento da democracia brasileira, o financiamento público das campanhas políticas, a revisão do processo orçamentário e a substituição dos cargos comissionados por funções de carreira. “O ponto de partida seria o esforço para tirar a política da sombra do dinheiro”, explicou.

Ex-secretário de Assuntos Estratégicos neste segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula (PT), Mangabeira disse que o atual governo promoveu muitos avanços no país.

“Consolidou a estabilidade macroeconômica, livrou o Brasil da pobreza extrema, abriu as portas da universidade para milhares de jovens, iniciou grandes obras importantes para o desenvolvimento. Mas nós temos que discutir o futuro e os desdobramentos do que foi feito no governo Lula”, afirmou.

Para o professor, o fato de o PMDB não ter um nome com apelo eleitoral imediato para lançar à presidência da República não é um obstáculo real à candidatura própria.

Além de Requião, que é um dos nomes que considera viável, Mangabeira citou outros, como o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, o governador do Amazonas, Eduardo Braga.

“Não precisamos de um nome conhecido. Não vamos subestimar o eleitor. Ele não tem preconceitos. Não se deve confundir conhecimento do nome com apoio no dia da eleição. O eleitor é capaz de construir um nome em poucas semanas. Ele não é avesso ao desconhecido”, afirmou Mangabeira Unger.

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