Homenageado durante votação na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que decidiu pela aprovação às duas vacinas que aguardavam aval para uso emergencial no país, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) diz que “ainda falta muita água para lavar a alma”, mas que foi “um bom começo”.
Mandetta foi demitido de seu cargo após ter se manifestado contra o uso de cloroquina sem comprovação para casos leves, abordagem que não tem eficácia contra a Covid-19 segundo estudos científicos. Desde então, tornou-se desafeto de Jair Bolsonaro.
Ele foi lembrado durante o voto de Alex Campos, diretor da Anvisa que foi seu chefe de gabinete e que foi indicado para o atual posto por Mandetta.
O voto de Campos foi o terceiro e marcou a formação da maioria pela aprovação. Ao fim, a votação foi unânime.
“Nunca imaginei lidar com esse desafio. Quando eu lembro os passos até aqui, lembro que foi pelas mãos de um médico, que me serve como referência humana e profissional, que o meu nome chegou até o presidente da República”, disse Campos, que agradeceu nominalmente o ex-ministro.
“Um passo importante. Agora é hora da sociedade se apropriar da liderança necessária que infelizmente o governante de plantão não tem”, diz Mandetta à reportagem.
Sobre a menção ao seu nome, diz que “reforça os três pilares que defendíamos: defesa intransigente da vida, do SUS e da ciência”.