O vereador de Londrina Joel Garcia (PDT) foi preso na tarde de ontem pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). Garcia teve prisão preventiva decretada pela juíza da 2.ª Vara Criminal, Adriana Fernandes e Silva, para evitar que ele interfira nas investigações dos crimes de peculato e concussão (uso da função pública para obter vantagens).

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Segundo o promotor do Gaeco, Jorge Fernando Barreto da Costa, a prisão preventiva foi requerida à Justiça porque o vereador estaria prejudicando as investigações sobre a existência de funcionários fantasmas em seu gabinete, “atrapalhando a instrução criminal”.

Garcia era procurado desde quinta-feira pela polícia, que só conseguiu encontrá-lo no final da tarde de ontem, em um apartamento no Bairro Jardim Petrópolis. Contra o vereador, correm três ações criminais e duas ações civis públicas.

“Concluímos que ele mantinha uma funcionária recebendo salários da Câmara Municipal sem prestar serviços a nenhum gabinete”, disse o promotor. Além da manutenção de funcionário fantasma, o vereador também é acusado de favorecer empresa de sua família em uma licitação do município.

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Escândalos

A Câmara de Londrina não consegue se livrar de escândalos, problemas com a Justiça e denúncias de compra de votos, corrupção e manutenção de funcionários fantasmas.

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Em 2008, onze vereadores foram afastados do cargo pela Justiça, pelo menos por algum tempo por denúncia de recebimento de dinheiro para aprovar projetos de doações de terrenos e alteração do zoneamento da cidade.

Dois deles, Henrique Barros e Orlando Bonilha, chegaram a ser presos e renunciaram a seus mandatos. A população respondeu na urna, renovando 70% do Legislativo municipal e não reelegendo nenhum dos vereadores que foram envolvidos nas denúncias de “mensalinho”, cobrança de propina para a aprovação de projetos que beneficiavam empresários da região.

Mas a renovação parece não ter garantido lisura na Câmara. Em um ano da nova legislatura, Garcia é o segundo vereador preso em Londrina. Em outubro do ano passado, o vereador afastado Rodrigo Gouvêa (expulso do PRP) foi preso também acusado de manter funcionários fantasmas e de ameaçar testemunhas.

Por efeito de um habeas corpus, Gouvêa responde ao processo em liberdade. “Imaginávamos que, com o que ocorreu na última legislatura, a situação mudasse após as eleições, mas já é o segundo vereador novato envolvido em crimes contra o patrimônio público, além de um reeleito que já responde a ações do mandato passado”, comentou o promotor.