O quinto ato Fora Temer em Curitiba reuniu pouco mais de 200 pessoas e terminou de forma pacífica no tradicional reduto de manifestações políticas da capital paranaense. Jovens, mulheres, famílias com crianças participaram do protesto, que pediu por novas eleições, contestou reformas na previdência e mudanças nos direitos trabalhistas.
Por volta das 16h, um grupo partiu da Praça do 19 de Dezembro, também conhecida como Praça do Homem Nu, no Centro Cívico, em Curitiba. Eles chegaram à Boca Maldita, no calçadão da Rua XV de Novembro, às 16h30. Havia pessoas ligadas a movimentos específicos e também independentes.
Segundo uma das lideranças, Mariane Siqueira, que é diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest-PR) e faz parte do movimento o MAIS (de caráter nacional e que busca uma nova organização socialista no país), o objetivo do ato é chamar por novas eleições. De acordo com ela, as pessoas reunidas nesta tarde de quarta-feira (7) não defendem o retorno de Dilma, mas sim a saída do presidente Michel Temer e a convocação de novas eleições.
Entre os participantes, havia ainda outros motivos para a manifestação: a maioria também é contra a reforma da previdência, nos moldes cogitados pelo governo Temer. “O impeachment mostrou uma insatisfação da população com o governo do PT, mas nós também não queremos o Temer”, frisou Mariane.
Reforma da Previdência deve “aposentar” o fator previdenciário
Pouco antes da saída da Praça 19 de Dezembro, a candidata à prefeitura de Curitiba pelo PSOL, Xênia Mello, se juntou ao grupo. Também antes da saída, em assembleia, o grupo reforçou a mensagem de fazer uma manifestação pacífica. Um dos gritos de guerra: “democracia, eu quero mais, fora temer e eleições gerais”. Sobrou também para o atual governo do estado, com os manifestantes entoando “Fora Beto Richa” na chegada à Boca Maldita.
Ato Fora Cunha na segunda-feira (12)
Já na Boca Maldita, o grupo aprovou em conjunto uma nova manifestação para segunda-feira (12), às 18 h, na Praça 19 de dezembro, contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) . É para este dia que está marcado a votação do processo de cassação do deputado.
Pressão
As feridas do impeachment, ao que parece, vão demorar a cicatrizar – e não sem antes causar alguma dor. A pressão das ruas subiu o tom nos últimos dias. Ainda na manhã desta quarta-feira (7), no desfile de 7 de setembro, em Brasília, Temer foi alvo de vaias e protestos.