Mais moderado, movimento Vem Pra Rua conta com 450 membros e evita ‘Fora Dilma’

Ainda que tenham o pensamento comum de se opor ao governo da presidente Dilma Rousseff e ao PT no poder, os grupos que liderarão os protestos marcados para o próximo domingo se diferenciam no objetivo final. Enquanto de um lado grupos com posturas mais radicais, como o Movimento Brasil Livre e Revoltados On Line, pedem o impeachment da presidente, do outro, o Vem Pra Rua considera que não é a hora para isso.

“Achamos que não é o momento para o impeachment. Se não tivermos fatos jurídicos previstos na Constituição, nada acontece”, afirma o empresário Rogério Chequer, principal liderança do Vem Pra Rua. “Pediremos impeachment quando chegar a hora, mas não pode ser golpe e muito menos intervenção militar”, completa.

A postura mais moderada do movimento em relação aos outros que lideram protestos contra Dilma alimenta especulações de que o grupo é ligado ao PSDB. A presença de lideranças do partido, como o senador José Serra (SP), em marcha organizada pelo grupo no final do ano passado dá combustível ao rumor. Chequer nega qualquer ligação partidária. “Se tivéssemos, perderíamos a função que temos de sermos capazes de criticar qualquer partido”, ressalta. Sobre a presença de Serra, ele diz que “naquele dia qualquer político, de qualquer partido, seria bem vindo. Mas para ressaltar nossa condição suprapartidária não convidamos nenhum político para o ato de domingo.”

O Vem Pra Rua foi criado em novembro do ano passado, logo após a apertada vitória da presidente Dilma Rousseff sobre o senador Aécio Neves (PSDB), por um grupo de pessoas que Chequer prefere manter em sigilo. Conta com o apoio de 450 colaboradores e não possui uma estrutura física. Suas ações, entre elas a vigília em frente à Procuradoria-Geral da República, no início do mês, são sustentadas por doações.

Na página na internet, o grupo afirma que a proposta inicial era reunir em um site informações “sobre as diversas manifestações agendadas no Brasil” e que a ideia foi “amadurecida com a ajuda dos membros do grupo” para ir além das manifestações.” No Facebook, o grupo reunia 287.468 seguidores até a ontem à noite.

No final do ano passado, o Vem Pra Rua se envolveu em uma polêmica com a Fundação Estudar, financiada pelo empresário Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil segundo a revista Forbes. O antigo site do movimento estava registrado em nome da fundação, o que levou o portal Brasil 247, alinhado ao PT, a publicar notas acusando Lemann de “financiar” grupos “golpistas”. Na terça-feira, 10, o próprio PT, em sua página na internet, publicou uma nota com teor semelhante.

Domínio

Segundo a fundação, o que houve foi um mal entendido. O especialista em informática Fábio Tran, diretor de tecnologia da fundação, foi procurado por um amigo que faz parte do Vem Pra Rua com um pedido de orientação sobre como registrar um domínio na internet.

No mesmo dia, sem consultar seus superiores, Tran usou o CNPJ da fundação para registrar o site www.vemprarua.org.br. Quando o caso veio à tona, o site foi imediatamente tirado do ar e, algum tempo depois, substituído pelo domínio www.vemprarua.net.

Lemann, que cultiva a imagem de apartidário, teria ficado profundamente irritado. O estatuto da fundação foi alterado para evitar que casos semelhantes se repetissem e depois de três meses Trad foi afastado. “Lemann não tem relação alguma com o Vem Pra Rua”, diz Chequer.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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