O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na noite desta terça-feira, 19, que não viu a aprovação do projeto que susta o decreto que ampliou a funcionários comissionados e de segundo escalão o poder de impor sigilo a documentos públicos como uma derrota para o governo.
Para Maia, o tema era difícil e mobilizou partidos de todos os espectros ideológicos. “O tema da proteção do sigilo dos dados é difícil e isso unificou líderes do campo da base, digo assim porque não se declararam da base ainda. Tirando o PSL não vi nenhum outro partido que tenha se declarado da base ainda. Mas partidos mais ideologicamente mais à direita ou mais à esquerda entenderam que era um decreto minimamente polêmico”, disse.
De acordo com Maia, a prova de que o plenário não se voltou contra o governo é que os deputados iniciaram a votação dos destaques ao cadastro positivo em seguida, com algumas aprovações de interesse do governo. “Tanto não é uma coisa contra A ou B que agora começamos a votar o cadastro positivo, votamos o destaque mais difícil e o plenário teve uma importante vitória na minha opinião pessoal, não como presidente da Câmara, em um tema que vai ajudar na redução da taxa de juros no Brasil”, continuou.
No entanto, líderes partidários afirmaram mais cedo que a aprovação do projeto que cancela um decreto editado pelo governo era uma sinalização para o Planalto de que os partidos que podem incluir a sua base aliada estão insatisfeitos com a falta de diálogo e de articulação com o Planalto.
Questionado sobre se vê problemas na articulação do Executivo com o Congresso, Maia minimizou a questão. “Início de governo acontece isso mesmo. … O plenário deu boa mensagem, boa sinalização da agenda que é construída para o Brasil”, disse. Ele lembrou que a Casa já aprovou na semana passada o projeto que trata de sanções a pessoas e empresas que lavaram dinheiro ou cometeram atos de terrorismo e hoje iniciou a análise dos destaques do projeto sobre o cadastro positivo.