Diretamente interessado na pacificação da base aliada, o candidato do PT à presidência da Câmara, Marco Maia (RS), considerou uma “medida inteligente” a suspensão do preenchimento de cargos do segundo escalão decidido pela equipe da presidente Dilma Rousseff. Marco Maia poderia ser a primeira vítima da insatisfação do PMDB, de acordo com alerta feito pelo líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
A irritação do partido cresceu e se tornou uma crise entre o PT e o PMDB depois que petistas assumiram postos antes comandados pelos peemedebistas. O PMDB perdeu para o PT a Secretaria de Atenção à Saúde, com orçamento de R$ 45 bilhões; a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), com R$ 5 bilhões de orçamento, e os Correios, com R$ 12 bilhões. O líder peemedebista disse que a bancada poderá manifestar essa insatisfação na eleição para a presidência da Câmara, no dia 1º de fevereiro.
“Quanto menos houver movimentos bruscos, melhor será para a gente ajustar as coisas na Casa”, disse Marco Maia. “É uma medida inteligente a gente conversar antes de tomar uma decisão. Quanto mais se dialogar, melhor será para termos uma equação que sirva aos partidos.”
O parlamentar, que assumiu a presidência da Câmara com a renúncia do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou estar trabalhando para construir um entendimento com todos os partidos para compor a Mesa da Casa proporcionalmente ao tamanho dos partidos políticos. Maia considera legítimo que as legendas, que contribuíram para eleger Dilma Rousseff, reivindiquem postos no Executivo.