O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta terça-feira, 21, mudanças no sistema eleitoral do País, mas criticou a proposta de implantar a chamada lista fechada com uma cláusula que dê preferência à reeleição dos atuais deputados. “Discordo 100% disso. Eu acho que essa questão da preferência é, inclusive, inconstitucional. Você não pode garantir a preferência a ninguém”, afirmou.

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Segundo Maia, o debate sobre a reforma política precisa ser feito com transparência, para que haja mudanças efetivas. O presidente da Câmara afirmou ter preferência pelo modelo da lista fechada, mas disse estar aberto ao debate sobre outros modelos que já são adotados em outros países – como o distrital e o distrital misto. “O que a gente não pode é sair deste debate, deste momento de crise, tentando criar uma nova jabuticaba”, afirmou.

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Pelo voto em lista fechada, o eleitor vota no partido, que define previamente os candidatos que serão eleitos em ordem de prioridade – hoje o eleitor vota direto no candidato.

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Maia defendeu que esse sistema vai dar mais controle ao eleitor, que vai saber quem são os nomes de cada partido, diferentemente do que acontece hoje, quando o voto em um candidato pode ajudar a eleger um outro nome que sequer é conhecido pelas pessoas.

Ele também rebateu as críticas que o modelo em lista fechada vai evitar a renovação dos quadros da Câmara. Segundo ele, no Brasil, os índices de renovação chega a 50% por eleição, e isso não trouxe melhoras para o País. “O nosso sistema tem uma taxa de renovação alta e tem os problemas que tem. Porque o sistema renova muito, mas renova com as mesmas fórmulas eleitorais, dentro do mesmo perfil de voto, voto de igreja, de artista, de máquina partidária e de Estado”, disse.

As declarações de Maia aconteceram depois de ele participar da abertura de um seminário internacional promovido pela Comissão da Reforma Politica da Câmara em conjunto com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, também está presente no encontro.