Na expectativa de que o deputado Antônio Anibelli (PMDB) apresente na próxima terça-feira (dia 13) seu parecer ao veto do governo à aplicação do reajuste do magistério estadual retroativo a fevereiro à Comissão de Constituição e Justiça, a APP-Sindicato está fazendo um corpo a corpo virtual com os deputados estaduais.
De várias escolas, estão partindo e-mails assinados por professores pedindo votos aos integrantes da bancada governista e também da oposição para derrubar o veto, que tem causado constrangimentos entre alguns dos aliados ao Palácio Iguaçu.
O apoio da oposição está garantido, mas não é o suficiente para anular a decisão do governo de pagar o aumento médio de 30% do salário somente a partir do próximo mês. A APP evita montar um placar para indicar como está a disposição do plenário em relação à orientação da liderança do governo para alterar a lei que criou o Plano de Cargos, Carreira e Salários.
O secretário-geral da APP, José Carlos Paixão, disse que a intenção é fazer com que os deputados se posicionem publicamente sobre a controversa votação. Mas segundo o dirigente, não é possível, por enquanto, estabelecer um quadro real da votação, já que vários deputados ainda estão insistindo na abertura de negociações pelo governo para somente depois decidir como irão se posicionar em plenário. Neste grupo, estão cerca de quinze deputados, que tanto podem pender para um lado como para outro.
A APP ainda não lançou mão de uma das armas mais temidas por deputados em votações de temas polêmicos: a divulgação pública da posição de cada um. Uma estratégia que foi utilizada na votação do projeto que impedia a venda da Copel, onde foram impressos cartazes com o voto e a imagem dos deputados. “Somente faremos este tipo de material se for necessário e depois da votação. Agora, nós estamos tentando conquistar os deputados”, disse o secretário-geral. Em ano eleitoral, num plenário onde tem cerca de vinte pré-candidatos a eleição para prefeito em várias cidades, este tipo de pressão pode funcionar, avalia a diretoria da APP-Sindicato.
Na liderança do governo, também estão sendo mapeadas as posições da base aliada. Ao assumir o cargo, o novo líder, deputado Natálio Stica, disse que pretende classificar os integrantes do bloco em duas categorias: cinco ou três estrelas. Para ganhar as cinco estrelas, os deputados terão que votar contra o veto. Por enquanto, o líder do governo ainda não sabe com quantos votos irá contar no dia da votação. Ele estima em cerca de trinta os aliados com posição consolidada a favor do veto, o que já seria suficiente para mantê-lo.