Para subsidiar sua defesa, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, alvo de denúncias de corrupção no ministério, mandou distribuir à imprensa uma carta enviada pelo chefe de gabinete da Presidência da República, Giles Azevedo à revista Veja.
O documento foi distribuído hoje, antes da entrevista coletiva convocada por Lupi. O ministro se reúne hoje à tarde com a Executiva Nacional do PDT, na sede do partido, para prestar esclarecimentos sobre as denúncias às bancadas federais.
Na carta endereçada à Veja, Giles admite que faz parte de suas funções receber parlamentares que reivindiquem uma audiência com a presidente Dilma Rousseff. No entanto, ele alega que jamais ouviu “de deputados do PDT, ou de qualquer outro partido” relatos sobre irregularidades no Ministério do Trabalho.
A reportagem da Veja publicada na edição desta semana afirma que caciques do PDT comandados por Lupi teriam transformado órgãos de controle da pasta em instrumento de extorsão.
Segundo a revista, a partir de relatos de diretores de ONGs, parlamentares e servidores públicos, o esquema funcionaria assim: primeiro o ministério contrata entidades para dar cursos de capacitação profissional, e depois assessores exigem propina de 5% a 15% para resolver ‘pendências’ que eles mesmos criariam.
A revista afirmou, ainda, que o Planalto estaria monitorando o caso, que teria chegado ao conhecimento de Giles mediante relatos de deputados federais do próprio PDT.
Segundo a reportagem, após esses relatos, o Planalto teria determinado a demissão de Marcelo Panella, ex-chefe de gabinete de Carlos Lupi e tesoureiro do PDT, que estaria à frente do esquema. Panella nega as acusações.