O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, saiu nesta quinta-feira (1) em defesa do deputado federal e ex-presidente da Força Sindical Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, e disse que a investigação da Polícia Federal sobre suposto desvio de recursos públicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não pode virar um "tribunal de inquisição". Para Lupi, que está afastado da presidência do PDT desde março, o que há, até agora, no que se refere a um suposto envolvimento de Paulinho no caso são "interpretações".
"Não podemos transformar esse processo de investigação da PF em um tribunal de inquisição, acusando e condenando as pessoas sem lhes dar o direito de defesa", afirmou Lupi, que acompanhou o deputado na manhã de hoje, no evento em comemoração ao Dia do Trabalho, promovido pela Força Sindical, em São Paulo. "Até agora o que existem são indícios. Fulano falou que achou que é o Paulinho. Qual o fato concreto? Qual é o dolo?", perguntou o ministro.
Em documento oficial enviado à Justiça, a PF registrou que suspeita da ação de Paulinho em desvios de recursos públicos a partidos por meio de financiamentos concedidos pelo BNDES.
Lupi evitou criticar a Polícia Federal, mas recomendou cuidado na condução das apurações. "Primeiro todo o processo de investigação tem de ser concluído, depois dar o direito de defesa para então poder condenar. Sem estar com tudo comprovado, você pode cometer graves injustiças."
Para o ministro, houve excesso da PF na divulgação de informações sobre o caso antes do término da investigação. "Eu acho que o processo deveria ser preservado, sigiloso." Mas, ponderou, que a PF é independente.
Explicações
Sobre as cobranças vindas de parlamentares do PDT para que Paulinho dê explicações ao partido sobre as denúncias, Lupi disse que "a iniciativa tem de vir do próprio deputado (Paulinho)". "Se ele não quiser ninguém pode obrigá-lo a fazê-lo porque não existe fato ainda.