O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou nesta quinta-feira, 21, os bens doados a ele da época em que ocupava a Presidência da República. Chamados de “tralhas” pelo petista, os itens chegaram a ser armazenados pela empresa Granero – contrato é alvo da Lava Jato sob a acusação de que foi custeado pela OAS como forma de suposta propina. A defesa nega.
O momento foi registrado em uma postagem na página do Facebook do petista.
“Se juntar todos os presentes recebidos por JK, Getúlio, Collor e FHC… Se juntar todo mundo, não vão superar o tanto de lembranças que recebi em oito anos”, disse Lula, sobre seu acervo de 9 mil itens.
Ex-presidente visitou seus bens acompanhado do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e de um escrevente do 4º Tabelião de Notas de São Bernardo.
Os bens chegaram a ser apreendidos no âmbito da Operação Alethea, em março de 2016, que conduziu Lula coercitivamente. Dos 9 mil itens, segundo a contagem do ex-presidente, 21 chegaram a ser confiscados pela Secretaria da Presidência: espadas, coroa, moedas antigas, entre outros presentes, atendendo a decisão do juiz da Lava Jato.
Em primeira instância, o juiz federal Sérgio Moro absolveu o ex-presidente Lula e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto das acusações do Ministério Público Federal sobre o armazenamento dos objetos.
Na mesma sentença, Moro condenou Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro de R$ 2,25 milhões por supostamente aceitar para si o triplex no Condomínio Solaris, no Guarujá, e suas respectivas reformas bancadas pela construtora como forma de propinas oriundas de contratos da Petrobras.
O juiz federal ainda afirmou reconhecer a “importância cultural da preservação do acervo presidencial”.
A Procuradoria da República da 4ª Região afirmou concordar com a sentença de Moro em análise de recurso da força-tarefa que pedia a condenação do petista também pelo contrato entre Granero e OAS. O parecer é endereçado ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que vai decidir sobre recursos de Lula e do MPF contra a sentença de Moro no dia 24 de janeiro.