Foto: Ciciro Back/O Estado |
Germano Rigotto: pré-candidato à presidência da República. continua após a publicidade |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta semana a aliados que pretende iniciar conversas com os governadores do PMDB na tentativa de derrubar resistências a um possível apoio à sua campanha pela reeleição. A tarefa não será das mais fáceis, uma vez que um destes governadores, Germano Rigotto (RS), já registrou sua pré-candidatura à presidência da República e o marido da governadora Rosinha Garotinho é o outro pré-candidato do partido. Além disso, o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, declarou que a candidatura própria do partido é irreversível.
Além desta evolução do partido em direção da candidatura própria, Lula terá a tarefa de eliminar bolsões às resistências a uma aliança, mesmo que extra-oficial, com o PT, provocadas por confrontos regionais entre os governadores peemedebistas e os petistas, como ocorre, por exemplo, em Brasília, Santa Catarina e Paraná.
No entanto, no cenário traçado ao presidente por peemedebistas aliados ao Palácio do Planalto, as últimas pesquisas de intenção de voto indicariam que os pré-candidatos inscritos para as prévias do PMDB, Germano Rigotto e Anthony Garotinho, não teriam espaço para um crescimento expressivo que justificasse o esforço do partido em sustentar a candidatura própria.
Lula ouviu que, com sua recuperação nas pesquisas, acompanhado pelo prefeito de São Paulo, José Serra, um terceiro candidato não teria condições de competitividade, já que as eleições caminhariam para uma polarização entre Lula e seus aliados e a oposição, liderada pelos seus principais partidos, o PSDB e o PFL. Como conseqüência, o candidato do PMDB que vencer as prévias da legenda seria abandonado durante a corrida eleitoral, num processo semelhante a do pleito que vitimou um dos maiores líderes do partido, Ulysses Guimarães.
Assim o quadro político, com a derrubada da verticalização nesta semana pela Câmara dos Deputados, facilitaria a Lula disputar o apoio dos governadores do PMDB, como ocorreu na campanha de 2002. Mesmo que tivessem de receber em seus palanques o candidato oficial do partido, os governadores poderiam apoiar nos bastidores a corrida de Lula. Afinal, como o PMDB é um partido pulverizado e uma boa parte está ao lado do presidente Lula, meio caminho já estaria percorrido, ainda que a tese da candidatura própria sobreviva.