A defesa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez do delegado Protógenes Queiroz não foi de improviso. Menos de 24 horas depois do anúncio do afastamento do homem que pôs o banqueiro Daniel Dantas na berlinda, Lula foi informado por auxiliares que a saída de Protógenes prejudicaria a imagem do governo. O publicitário João Santana, consultor do governo, estava na linha de frente dos assessores ouvidos no Palácio do Planalto.
A análise recebida por Lula não deu margem a dúvidas: aos olhos da sociedade, o afastamento de Protógenes passa a idéia de que o governo quer esconder alguma coisa na investigação sobre crimes financeiros e desvio de recursos públicos. O presidente saiu das conversas convencido de que o delegado só foi afastado por causa da guerra entre a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).