Pouco mais de um ano e meio depois de ser preso para começar a cumprir a pena no caso do tríplex no Guarujá, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou a prisão por volta das 17h40 desta sexta-feira (8). O juiz Danilo Pereira Jr expediu o alvará de soltura por volta das 16 horas, após a defesa do petista pedir a liberdade dele com base na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu a prisão em segunda instância, nesta quinta-feira (7).
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O PT já programa os próximos passos a partir da liberdade do ex-presidente, símbolo máximo da legenda, mas os correligionários pretendem dar a Lula uma “folga” antes de programar atos políticos.
Antes da folga, porém, Lula tem pelo menos duas atividades políticas programadas. “A primeira coisa que o presidente vai fazer é ir na vigília, abraçar o pessoal, agradecer as pessoas que estão lá, os amigos, a militância”, disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na manhã desta quinta, depois de visitar o ex-presidente na prisão.
Desde que Lula foi preso, em abril do ano passado, um grupo de militantes montou um acampamento em frente à Superintendência da Polícia Federal em apoio ao ex-presidente. O grupo realiza atividades diárias no espaço, o que chegou a causar discórdia entre os moradores da região, que é um bairro residencial.
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Depois de passar na vigília, o ex-presidente segue para São Bernardo, em São Paulo, onde mora a família do petista. Mas antes de ir para casa, Lula deve participar de um ato no Sindicato dos Metalúrgicos, berço de sua vida política.
“Depois ele segue para São Paulo e vai entrar na sua vida pública pela porta de onde ele saiu: Sindicato dos Metalúrgicos. Vai encontrar os amigos, a militância, vai encontrar o pessoal e se manifestar no Sindicato dos Metalúrgicos”, contou Gleisi.
Foi no sindicato que Lula passou as últimas horas antes de sua prisão, em abril do ano passado. O petista realizou um comício antes de se entregar à polícia, cercado de apoiadores.
Privacidade para Lula
Deputado federal pelo PT, Paulo Teixeira acompanhou o julgamento do STF sobre a legalidade das prisões em segunda instância e defende que o ex-presidente tenha um tempo longe da vida política quando sair da prisão.
“O presidente Lula tem que se refazer desse processo. A pessoa ficar presa 600 dias não é um fato corriqueiro na vida de qualquer pessoa, ele tem família, tem parentes, tem a vida pessoal que está toda desorganizada”, argumentou o parlamentar. “Acho que o primeiro momento do presidente Lula tem que ser um momento de voltar ao contato da sua família, os netos, os filhos, os irmãos” defendeu.
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“Creio que nós, que somos parlamentares, dirigentes, temos que respeitar esse primeiro momento da vida do presidente Lula, que é se refazer no que lhe é mais próximo, mais íntimo. Quando ele se sentir organizando a vida pessoal, certamente vamos pedir a ele conversas políticas e um pouco mais lá pra frente atividades políticas”, afirmou o deputado.
Mesmo assim, Teixeira espera que Lula volte à atividade política antes do Congresso Nacional do PT, marcado para o final de novembro em São Paulo. “Estamos diante do Congresso Nacional do PT, que vai acontecer em São Paulo nos dias 22, 23 e 24 do mês de novembro. Certamente, ele vai participar”, confirmou o deputado federal.
“Nós não discutimos depois do Sindicato dos Metalúrgicos nenhuma ação, nenhuma medida, nenhuma agenda do presidente Lula”, disse Gleisi nesta sexta-feira.
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