Lula responde carta a Obama e amplia temas no diálogo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva incluiu dois novos temas – o conflito Israel-Palestina e a cooperação Brasil-Estados Unidos no Haiti – no diálogo que espera manter, por carta, com o presidente americano, Barack Obama. No último domingo, Obama enviou uma correspondência a Lula na qual apresentou os pontos de vista de sua administração sobre uma lista de quatro tópicos.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a resposta do presidente Lula foi enviada hoje a Washington. Insistente na versão de que a troca de missivas não reflete uma situação de conflito entre os dois países, o chanceler argumentou que o tom adotado nas duas cartas trocadas foi “extremamente amistoso” e que esse gesto deverá fomentar o “diálogo compreensivo” já existente entre os dois países.

Ciente do mal-estar provocado pelo vazamento do conteúdo da carta de Obama a Lula, que provocou queixa de autoridades americanas ao Itamaraty, Amorim esquivou-se de expor os pontos de vista expressos na missiva enviada hoje. “As correspondências (diplomáticas) têm de ser mantidas com reserva”, alegou.

O chanceler apenas citou o acréscimo das impressões de Lula sobre suas conversas recentes com os presidentes de Israel, Shimon Peres, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Segundo Amorim, Lula mencionou ainda a necessidade de fortalecer a cooperação entre os EUA e o Brasil para a construção de obras de infraestrutura no Haiti.

Em sua carta, Obama tratara de quatro temas de relevância na agenda multilateral e nas políticas externas de Washington e de Brasília – os debates sobre mudança climática, a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), a questão nuclear iraniana e a crise política de Honduras. O texto foi enviado na véspera da visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

Na missiva, Obama valorizou o diálogo que Lula tenta iniciar com o governo iraniano. Também pediu que transmitisse a Ahmadinejad sua mensagem de que posição dos EUA sobre a questão nuclear mudou de forma real e que abordasse as questões de direitos humanos e de cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

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