O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu seu discurso, durante o balanço de quatro anos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), afirmando que houve uma sincronia quase perfeita entre os desejos do governo e a realização das obras. Porém, reclamou do tratamento dado pela imprensa às obras. “Muitas vezes, as manchetes colocavam em dúvida o sucesso do PAC”, disse.
Lula argumentou que o governo “se desnudou” diante da imprensa e nunca tentou prejudicar o trabalho dos repórteres que fizeram a cobertura do PAC. “Nunca houve censura, pergunta proibida e pergunta que não houvesse resposta.” Para exemplificar sua queixa, ele criticou, de maneira indireta, a cobertura que a TV Globo fez das eleições presidenciais deste ano com o ‘JN no Ar’ (nos moldes da caravana realizada no pleito de 2006). “Houve até uma caravana que andava o País para encontrar buracos. Se a gente quiser descobrir buraco, acha até na casa da gente.”
Segundo Lula, desde 1975, época do governo Ernesto Geisel, que o País não tinha um projeto de infraestrutura. “É importante lembrar que depois do governo Geisel não teve investimento em infraestrutura. É só pegar, por exemplo, o caso da construção civil e vamos ver que foram 20 anos de queda e redução de postos de trabalho.”
Em tom de brincadeira, Lula disse que ninguém poderia acusá-lo de ter usado o PAC para fazer campanha. “Ninguém pode dizer que usei o PAC eleitoralmente, porque é a primeira vez que venho ao balanço do programa.”
Apesar da afirmativa, nas versões anteriores, o Planalto procurou promover o nome da então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a escolhida por Lula para disputar sua sucessão e batizada por ele de “mãe do PAC”, deixando nas mãos dela a divulgação desses balanços. Além disso, nos discursos que fazia, o presidente sempre procurou reforçar a ideia de que Dilma era a “mãe do PAC”.