O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou hoje sua vontade de que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, permaneça no cargo até o fim do governo, disse hoje o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach. Em entrevista no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Baumbach afirmou que Lula, no entanto, ponderou que é uma escolha pessoal de Meirelles a decisão de sair do cargo e se candidatar a um cargo eletivo ou permanecer no BC ou, ainda, permanecer no governo.
Pela legislação eleitoral, Meirelles tem prazo até o dia 3 de abril para decidir sobre uma eventual candidatura. A Agência Estado informou ontem que Meirelles, em conversa com integrantes do governo, disse que somente após a reunião do Copom da próxima semana irá se dedicar a assuntos relacionados a assuntos políticos. Ontem também, Meirelles teve um encontro com Lula, mas, segundo o porta-voz, os dois não discutiram o futuro político do presidente do BC.
Caso Meirelles decida disputar as próximas eleições, as discussões políticas até agora indicam duas possíveis alternativas. O presidente do BC poderia, por exemplo, disputar uma vaga no Senado pelo PMDB de Goiás. Uma outra possibilidade – defendida até mesmo pelo presidente Lula – seria compor a chapa encabeçada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para disputar a sucessão presidencial. A escolha do vice na chapa de Dilma Rousseff será do PMDB. O presidente do partido, Michel Temer, tem o apoio da cúpula do partido.
O porta-voz da Presidência disse ainda que não teve conhecimento do pedido do Ministério Público Federal (MPF) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a abertura de inquérito contra o presidente do BC por crimes contra a ordem tributária. O inquérito, com 105 páginas, foi distribuído na última quinta-feira para o ministro Joaquim Barbosa. Ontem, o ministro decretou segredo de Justiça para o caso. Procurada, a Assessoria de Imprensa do BC afirmou apenas que “o Banco Central não tem conhecimento desse inquérito”.