O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje, em discurso no Itamaraty durante a posse do novo ministro de Relações Institucionais, o petista Alexandre Padilha, um entendimento entre os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), empresários e parlamentares que permita a redução do número de “obras paralisadas sem explicação”. Padilha substitui no cargo José Múcio Monteiro (PTB), que assumirá vaga de ministro no TCU. Lula brincou, dizendo que a ida de Múcio para o TCU é “um bom caminho” para esse entendimento, por se tratar de um engenheiro.
Na avaliação do presidente da República, é importante, para que se consiga reduzir o número de obras paradas, que sejam definidas competências para que se saiba exatamente o que está acontecendo com as obras. Lula voltou a defender um clima de entendimento entre o Executivo e o Legislativo e falou da importância de uma relação harmônica entre esses dois poderes. Afirmou que respeita o Congresso e que, por isso, se contém nas críticas.
“Não tem político que não fez críticas ao Senado e à Câmara. Eu, mesmo quando eu quero dizer alguma coisa, eu não digo, porque tem de aprender a respeitar, porque ele (o Congresso) é a cara da sociedade no dia da eleição, e os eleitores, sejam os de quem ganhou (a eleição), ou de quem perdeu, têm o mesmo valor.”
O presidente acrescentou: “Muita gente acha que deputado é chato, que senador é chato. A gente precisa saber o que é que eles acham quando a gente vai pedir para eles que algo tem que ser votado. Precisa ter reciprocidade. Os senadores e deputados precisam que o governo contribua com o Congresso, e o Congresso precisa que o governo contribua com ele no entendimento, na reciprocidade.
Ao se referir ao novo ministro de Relações Institucionais, o presidente brincou com o fato de estar presente um grande número de petistas ligados a Padilha. Disse que não sabia que o novo ministro era “tão lulista”. “Mas eu conheço seu trabalho. Duvido que na história deste país tenha tido um governo que estabeleceu um relacionamento com os prefeitos como o nosso, e você é um dos responsáveis por isso.”
Padilha, em seu discurso, se dirigiu individualmente e fez elogios a muitos dos petistas presentes. Lula, ao final do discurso, brincou com Padilha por não ter feito referências à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à sucessão: “Você elogiou muita gente, mas não elogiou a Dilma. Você precisa saber o peso da Casa Civil no governo. Você não se referiu a Paulo Bernardo. Isso vai contar nas coisas que vão acontecer daqui pra frente.”