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Foto: Ricardo Stuckert/PR

Lula com petroleiros: ouviu a música, mas não falou em reeleição.

Para não ser acusado de estar usando suas funções presidenciais como candidato à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escalou a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ontem, em viagem ao Rio Grande do Sul, para falar em seu lugar. Com cuidado para não falar em reeleição ou pedir votos para o chefe, a ministra falou na criação de empregos, nos benefícios que o governo Lula está levando para o Estado, que estaria recebendo ?atenção especial?, e lembrou promessas de campanha do presidente.

A cerimônia, no porto de Rio Grande, comemorou a assinatura de um contrato entre a Petrobras e duas empresas para construção de um dique seco – uma estrutura onde poderão ser feitas e reformadas plataformas para exploração de petróleo no mar. Mas também comemorou a construção da plataforma P53, feita na maior parte por tecnologia nacional.

O presidente não fez discurso. Coube a Dilma falar em nome do governo. ?Esse é um momento especial. É o fruto de uma decisão política do presidente Lula quando era candidato, que se comprometeu a transformar a indústria de petróleo e gás numa indústria que trouxesse desenvolvimento para as diferentes regiões do País?, disse Dilma. A ministra referia-se à promessa de Lula de nacionalizar a construção de plataformas de petróleo, algo considerado difícil à época.

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O presidente, em entrevista, voltou a desconsiderar a idéia de que estaria fazendo campanha em horários que deveria ser apenas presidente. ?Eu não posso deixar de governar o Brasil porque tem eleição. Não fui eu quem inventei a reeleição. Não era deputado e não votei a reeleição. Mas ela existe. Eu não posso deixar de governar?, disse Lula.

Na mesma conversa, aproveitou para defender o projeto do dique seco e citar outras ações federais no Rio Grande do Sul – estado onde tem, junto com São Paulo, seus piores resultados nas pesquisas eleitorais. ?Todo mundo sabe que o RS é um dos estados mais preparados do ponto de vista da formação profissional e cultural do seu povo?, afirmou. ?Da mesma forma que nós queremos desenvolver o norte e o nordeste, nós não podemos deixar um estado como o Rio Grande do Sul retroceder. Temos que trabalhar para que tenha a pujança econômica que sempre teve.?

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No local onde aconteceu a cerimônia, Lula cumprimentou dezenas de operários que trabalham na construção da plataforma de exploração de petróleo P53 e andou pelo porto. Ao fundo se ouvia a música de campanha à reeleição do presidente e outros gritos de guerra – algumas dezenas de petistas, com bandeiras e faixas, reuniram-se do lado de fora do porto para saudar o presidente-candidato.