O senador Osmar Dias disse ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu para que o PDT se reaproxime do governo e do PT. Osmar conversou com Lula anteontem, durante uma hora e meia, a convite do presidente da República. Líder do PDT no Senado, o senador paranaense afirmou que prometeu ao presidente se empenhar para que as relações entre os dois partidos melhorem, mas sem que o PDT abandone as fileiras da oposição.
"As origens do PDT e do PT são praticamente as mesmas. Nossas bandeiras de luta incluem a defesa dos trabalhadores, o combate às desigualdades sociais e à pobreza. Assumi com o presidente o compromisso de trabalhar junto ao partido para que possa haver uma melhor convivência entre o PDT e o governo. Mas deixei claro que acredito que o PDT irá manter a postura atual, de fazer oposição com responsabilidade, criticando o que julgar equivocado e apoiando as iniciativas que julgar corretas", afirmou o senador.
Para Osmar, o encontro com o presidente foi produtivo. "Também conversamos sobre a situação política no País e no Paraná. Esta aproximação veio num bom momento porque o PDT sempre teve o objetivo de contribuir para a construção de uma nação soberana e economicamente forte", afirmou.
A conversa entre o senador paranaense e o presidente Lula é mais uma etapa de um discreto processo de aproximação do PT com o PDT do Paraná. Setores da direção estadual do PT não descartam uma negociação com o senador para uma eventual composição em 2006. O senador é pré-candidato ao governo do Estado e tem no PSDB seu aliado preferencial, mas as negociações com os tucanos estão sendo atrapalhadas pela decisão da direção nacional do PDT de lançar candidato à Presidência da República e também pela vigência da regra que obriga os partidos a fazerem as mesmas coligações locais e nacionais, a chamada verticalização das alianças partidárias.
O senador pedetista disse ainda que o presidente pediu que revisse sua posição em relação ao projeto de lei do cooperativismo. Em 1999, o senador fez um projeto defendendo a unicidade do sistema cooperativista. " Disse ao presidente que não posso abrir mão do meu projeto, porque ele foi fruto de uma ampla discussão que envolveu todas as cooperativas e respeita os anseios deste segmento." (EC)