A presidente Dilma Rousseff teve ontem uma longa conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo. Dilma está preocupada com a crise de relacionamento entre o PT e o PMDB e com a instabilidade na base de sustentação do governo no Congresso. Foi por isso que bateu à porta de Lula.
Segundo apurou a reportagem, o ex-presidente aconselhou a sucessora a não esticar mais a corda, para não atiçar o PMDB, o mais importante aliado do Planalto depois do PT. Lula avalia que Dilma precisa promover mais encontros com deputados e senadores, fazer afagos nos parlamentares e “repactuar” a coalizão. Ele também está apreensivo com a “guerra de dossiês”, com infindáveis denúncias de corrupção. Trata-se de uma base aliada em pé de guerra.
Na terça-feira, o PMDB chegou a ameaçar romper com o governo depois de saber que o Ministério do Turismo, dirigido pelo partido, havia sofrido uma devassa, no rastro da Operação Voucher, da Polícia Federal. Dilma ficou furiosa por não ter sido avisada antes da operação e enquadrou o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.
Pressionado, Cardozo cobrou explicações da Polícia Federal, “em caráter de urgência”, sobre o uso de algemas para alguns dos detidos, nas ordens de prisão. O vice-presidente Michel Temer, que comandou o PMDB, agiu nas últimas 48 horas para conter o princípio de rebelião. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.