O presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou a candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, a não entrar na polêmica envolvendo a quebra de sigilo fiscal de membros do PSDB. A estratégia para blindar a petista foi discutida ontem, em café da manhã no Palácio da Alvorada.
O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o presidente do PT, José Eduardo Dutra, coordenadores da campanha, também participaram do café com Lula e Dilma. Na avaliação do presidente, o comitê precisa proteger a candidata da tentativa do adversário José Serra (PSDB) de associá-la à violação fiscal.
Lula disse que Dilma não pode ficar refém da agenda de crise de Serra. A ordem é deixar que o caso seja sempre explicado pela Receita Federal. Caberá ainda a ministros, quando necessário, rebater Serra com mais ênfase. Para Lula, a devassa no Imposto de Renda de quatro tucanos e até de Verônica Serra, filha do candidato, faz parte de um esquema de “compra e venda” de sigilos fiscais. “É uma bandidagem”, definiu ele.
Dilma evitará espichar o assunto, a partir de agora, nos chamados “quebra-queixo” com jornalistas. Em debates e entrevistas tête-à-tête, porém, não terá como fugir do tema. Na noite de ontem, por exemplo, em entrevista ao SBT, ela afirmou ser “a maior interessada” na apuração dos fatos antes da eleição e repetiu que Serra levanta acusações sem prova.