“Não vejo crise no PT”, avaliou hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita ao Rio Grande do Norte. “O PT continua forte, com muitas possibilidades”. Lula não lamentou nem criticou a saída da senadora Marina Silva (AC), que deve ir para o PV para se candidatar à presidência da República. Em entrevista à “Rádio Difusora de Mossoró”, a 280 quilômetros de Natal, o presidente disse que “se ela quis fazer uma opção e não me procurou para conversar, ela estava com a sua opção feita”.

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“Se a pessoa quer sair do partido, não está confortável, é um direito da pessoa”. Lula garantiu que ela foi sua ministra “até quando quis” e que sua relação pessoal é superior à relação partidária. “Continuo gostando dela, continuo achando que ela é um quadro extraordinário”, disse. “Espero que ela tenha sorte e que tudo que ela planeja dê certo”. Quanto ao anúncio de saída do senador Flávio Arns (PT-PR) do partido, afirmou que “o companheiro tem valor, mas sempre foi muito encrencado com o PT”.

Em seu discurso durante a inauguração de sete escolas técnicas federais em Mossoró, cada uma delas com investimentos de R$ 5 milhões, Lula criticou de forma generalizada a oposição. “A oposição, quando não tem argumento para fazer oposição, é pior do que doença que não tem cura, fica inventando.” Visivelmente feliz e à vontade entre os jovens e em meio a elogios, usou um ditado árabe para demonstrar que não está preocupado com os que lhe fazem oposição. “Enquanto os cães ladram, a caravana passa e eu tenho que governar esse País.”

Indagado sobre o perfil do seu candidato à presidência, Lula não citou o nome da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, mas não deixou dúvidas. Quer uma mulher e o continuísmo do seu governo. “Gostaria que fosse eleito presidente do Brasil alguém que tivesse o conhecimento do que hoje nós temos nesse País e tivesse o compromisso de executar as coisas que já estão programadas para esse País.” Segundo ele, “não tem nada pior do que entrar alguém, parar as coisas, e começar do zero”. “O perfil é este: uma pessoa honesta e de caráter e, no meu caso, que valorizo a participação das mulheres na política, meu candidato será uma mulher.”

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Sem fazer menção à família Sarney e a sua influência no Maranhão, Lula abordou durante a entrevista à rádio a prática do domínio político familiar, dando como exemplo o Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba. “As mesmas famílias governam há décadas e décadas e décadas”, afirmou. “Tem cidade no Nordeste que as famílias até brigam entre si, ou seja o Silva 1 contra o Silva 2 que participam de partidos diferentes e se ofendem e a família continua mandando.”