Lula não acredita em vitória no primeiro turno

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem em Maringá que não acredita na possibilidade de não haver segundo turno na disputa.

Embora a cúpula petista esteja comemorando os resultados das últimas pesquisas, que apontam um aumento da diferença de Lula em relação aos demais candidatos, ele afirmou que a aliança de apoio à sua candidatura está buscando apenas conquistar o maior número de votos possível no primeiro turno.

“Trabalho com a hipótese de fazer a melhor campanha possível até 6 de outubro e esperar o resultado da apuração e de que a eleição terá dois turnos”, disse Lula, que também esteve em Curitiba à noite para participar de um comício na cidade que reuniu um público estimado, pelos organizadores, de 40 mil pessoas, junto com o candidato do partido ao governo, o deputado federal Padre Roque.

Ainda na capital, Lula se reuniu com a coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, que entregou ao candidato 25 propostas em cinco áreas: criança e adolescente; saúde; assistência social; educação; agricultura e desenvolvimento. Zilda explicou que o objetivo das propostas, que já foram entregues no final de julho ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra, é garantir que o futuro presidente assuma um compromisso com a criança e o adolescente. “É preciso cuidar para que os recursos destinados a esta área sejam aplicados de forma mais eficiente”, justificou.

Lula criticou os seus adversários na campanha que têm feito ataques a ele nos programas eleitorais. “Não fico falando mal de nenhum adversário. Nós vamos discutir no ar as coisas boas do PT e propor soluções para o País”, comentou o candidato. “Nós temos que apresentar propostas para gerar mais empregos, melhorar saúde e resolver os problemas brasileiros”, comentou o petista.

Sem citar nomes, Lula também condenou os governantes “que se utilizam da miséria para se perpetuar no poder”. E seguiu: “um governante que se isola numa redoma de vidro tem muito mais chance de errar. Ele tem que aprender a ouvir mais”, disse o candidato. Ele também defendeu a postura adotada pela governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, contra a rebelião em Bangu 1.

Estratégia

Ainda ontem, a cúpula petista informou que a estratégia da campanha de Lula será definida 15 dias depois do resultado das próximas pesquisas. Nos bastidores da legenda, o triunfo no dia 6 é considerado “possível, mas pouco provável”.

Os petistas acreditam que isso poderia ocorrer caso o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes (PPS-PTB-PDT), ou o da Frente Brasil Esperança, Anthony Garotinho (PSB-PGT-PTC), renunciassem em benefício de Lula.

Programa agrícola do PT

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, entregou ontem, em Curitiba, seu programa de governo “Vida Digna no Campo – Desenvolvimento Rural, política agrícola, agrária e segurança alimentar -” para lideranças do setor rural. O encontro com as lideranças foi incluído na programação de Lula na capital paranaense. No programa, a Coligação Lula Presidente, formada pelo PT, PC do B, PL, PMN e PCB, aponta a agricultura como essencial para a segurança alimentar, para a geração de empregos e de renda e para reduzir a dependência externa do Brasil; ressalta a importância de desenvolver políticas para a agricultura familiar em paralelo com às políticas voltadas para a agricultura empresarial, pois, assim como esta última gera emprego, renda e excedentes exportáveis, a agricultura familiar produz alimentos básicos de qualidade, promove a ocupação soberana do território nacional, preserva tradições culturais, mantém as pessoas em sua terra natal e pode contribuir na defesa do meio ambiente.

O documento chama a atenção para propostas de fortalecimento das cadeias produtivas da agricultura e da pecuária, como base de sustentação do programa FOME ZERO e assume o compromisso de realizar uma reforma agrária, que faça a definição das áreas reformadas e reordene o espaço territorial do Brasil, via um zoneamento econômico e agro-ecológico.

As políticas públicas para o campo, propostas no programa de governo da coligação Lula Presidente, são distribuídas em sete eixos estratégicos: promoção e defesa da agricultura nacional, fortalecimento da agricultura familiar, implantação de uma política nacional de reforma agrária, geração de renda e de empregos de qualidade, construção da cidadania no meio rural, soberania e segurança alimentar e construção de políticas territoriais de desenvolvimento sustentável. Neste último eixo, as políticas propostas passam por relações comerciais, recuperação da renda agrícola, crédito rural, educação voltada ao meio rural, pesquisa agropecuária

Roque confia na vitória

O candidato petista ao governo do Paraná, Padre Roque, disse ontem em Curitiba que está certo da vitória do Partido dos Trabalhadores nas eleições do próximo dia 6 de outubro. “Tenho absoluta certeza de que Luiz Inácio Lula da Silva será o próximo presidente da República”, declarou Roque, durante entrevista concedida à Rede Paranaense de Televisão.

Padre Roque foi questionado sobre pontos do programa de governo do PT para o Paraná, lançado na última semana. No início da entrevista, o candidato entregou às apresentadoras do telejornal a versão impressa do programa, que está disponível na internet (www.padreroque.com.br). A respeito da implantação do orçamento participativo no Paraná -uma das marcas das administrações do PT em todo País – , Roque disse que esta será uma forma de democratizar a administração pública. “Queremos que a população decida e participe diretamente das ações do governo.”

“O problema da saúde é gravíssimo no Paraná, porque o atual governo deixou de investir R$ 440 milhões em saúde durante os últimos dois anos”, apontou Padre Roque, referindo-se ao gasto mínimo determinado pela Emenda Constitucional 29 para os investimentos na área de saúde. Roque falou ainda sobre as medidas para a geração de 600 mil empregos no Estado. “Vamos gerar empregos a partir do incentivo à agroindústria de dimensão familiar, da coleta seletiva de lixo e do programa 1.º Emprego, entre outros projetos”, disse.

“A meta total de geração de empregos no Paraná corresponde ao total de 10 milhões de empregos previstos pelo governo Lula, e à participação do PIB paranaense na economia nacional.

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