Um empurrão de última hora nos investimentos do governo será discutido nesta sexta-feira (26), em reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Obras que estão andando rápido e já esgotaram suas verbas receberão recursos extras, tirados de outros empreendimentos mais lentos ou parados.
Assim, será dado fôlego principalmente ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O remanejamento ocorre todo final de ano e, desta vez, vai beneficiar projetos que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, quer incluir no programa.
Lula e Bernardo também discutirão o Orçamento de 2009, que foi aprovado pelo Congresso, mas ainda não foi oficialmente enviado ao Planalto. “Queremos ver se recebemos o texto logo para sancionar até o dia 2 de janeiro”, disse o ministro. Se o prazo for cumprido, ministérios poderão iniciar o ano executando o Orçamento. Do contrário, receberão apenas um duodécimo das dotações para o mês de janeiro.
Na reunião, será discutida a necessidade de modificar os investimentos previstos no Orçamento, para acomodá-los à nova versão do PAC, que Dilma quer divulgar no fim de janeiro. Ela já anunciou que o programa não prevê mais de R$ 504 bilhões – valor da versão de janeiro de 2007 -, mas R$ 1,1 trilhão em investimentos em infra-estrutura públicos e privados, até 2010. O novo valor decorre da atualização de projetos já listados no programa e da inclusão de novos, como o trem-bala São Paulo-Rio.
Um dos temas da reunião será o corte de R$ 4,8 bilhões que o Congresso fez em investimentos do PAC, para alocar em outros projetos. Outro problema que será analisado é que o corte no PAC foi feito de forma linear e obras com execução adiantada foram prejudicadas.
Plantão
Assim que Lula e Bernardo baterem o martelo sobre os remanejamentos, começará uma corrida para empenhar o dinheiro recebido das obras paradas. Não é raro que técnicos trabalhem até o último minuto. Nem Paulo Bernardo escapou. Lula disse que ele está de plantão até cinco para a meia-noite do dia 31. “Vou ver se consigo uma alforria antes”, brincou o ministro.