O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu mão de viagens internacionais de despedidas e homenagens para se dedicar à campanha da petista Dilma Rousseff nos grotões e capitais onde a oposição teve votos expressivos.
Assessores do Planalto informaram que estão suspensas todas as discussões sobre temas externos e participações em eventos em que o presidente comemoraria o sucesso da imagem de estadista latino-americano. Antes, ele pretendia participar do maior número possível de solenidades festivas.
Ao longo do dia de ontem, a agenda do presidente foi alterada quatro vezes. Para os auxiliares, o sinal vermelho em épocas de crises e eleições fica claro com as mudanças da agenda. “Agora é só campanha”, disse uma pessoa próxima do presidente. Ele cancelou encontros com ministros e técnicos para discutir um cronograma de deslocamentos pelo País e gravar programas de TV.
A agenda da próxima semana, fechada no fim da tarde de ontem por Lula e seus auxiliares mais diretos, deixa claro o esforço do presidente para eleger Dilma. Na segunda-feira, ele e a candidata estarão num comício em Ceilândia, para tentar arrancar os votos dos simpatizantes de Marina Silva. A candidata do PV ficou em primeiro lugar no Distrito Federal no primeiro turno.
Lula embarca na quarta-feira para Teresina, onde à noite participará de mais um comício. Na quinta-feira, o Planalto montou uma solenidade de assinatura de obras de rodovias no Piauí, para justificar a viagem ao Estado. À tarde, o presidente segue para Belém, onde a governadora e candidata à reeleição, Ana Júlia Carepa (PT), disputa o segundo turno com o tucano Simão Jatene.
No Estado, tentará mostrar o empenho do governo com o meio ambiente, uma bandeira de Marina. Os assessores do Planalto, porém, sabem que a tarefa não será fácil. Ana Júlia contou com apoio de boa parte dos madeireiros ilegais. O Pará foi líder do ranking do desmatamento nos últimos anos. O presidente, porém, insistirá no tema. Em Belém, ele lança o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu e participa da Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Óleo de Palma. À noite, tem comício.
Na sexta-feira, o presidente inaugura um usina hidrelétrica em Chapecó (SC). À tarde, se reúne com representantes do movimento dos atingidos por barragens e visita o terreno onde o governo pretende construir a Universidade Federal Fronteira Sul. No sábado, Lula fará corpo a corpo na Boca Maldita, área tradicional do centro de Curitiba. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.