Eleição

Lula insiste em aliança liderada por Osmar Dias

Enquanto os tucanos articulam para convencer o senador Osmar Dias (PDT) a concorrer ao Senado, novamente, nas eleições do próximo ano, os petistas intensificam os contatos com o pedetista para transformá-lo no candidato ao governo de uma composição que dê sustentação ao palanque da pré-candidatura à presidência da República da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no Paraná.

Na última terça-feira, Osmar foi o convidado especial de um encontro coordenado pelo chefe de gabinete do presidente Lula, o paranaense Gilberto Carvalho, que apresentou ao pedetista o ponto de vista do presidente Lula (PT) sobre a eleição no Paraná.

Carvalho teve a ajuda dos deputados federais do PT do Paraná, Angelo Vanhoni e Dr. Rosinha, e do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. O ponto central da conversa foi a conjuntura estadual e os prognósticos para as eleições de 2010, com as variações, limitadas, de cenários de candidaturas.

De acordo com Vanhoni, Carvalho foi claro ao transmitir a Osmar que Lula não imagina outra composição no Paraná que não seja uma em que estejam todos os partidos da base de apoio do seu governo, ou seja, um chapão reunindo PDT, PMDB, PP, PTB, PR e as demais siglas que o apoiam.

A conversa entre o representante do Planalto e o senador ocorreu uma semana depois que a direção estadual do PT e os deputados estaduais e federais passaram uma hora em Curitiba em um café da manhã com o senador que, garantiu ser candidato, mas se manteve reticente em relação a assumir publicamente um compromisso com o PT. Desta vez, um aspecto da conversa ganhou destaque. A necessidade de envolver o PMDB nas articulações, apontou Vanhoni.

“Temos duas vagas ao Senado, uma candidatura de governador, outra de vice-governador. Não há nenhuma razão intransponível para que a aliança não ocorra. Nós precisamos distensionar as relações com o PMDB e o Requião”, afirmou o deputado, reproduzindo uma das conclusões do encontro.

Lula em ação

Mas se há necessidade de domar a ira dos peemedebistas do Paraná, que assomou em várias alas do partido depois que Lula admitiu ver em Osmar a cabeça de uma composição no Paraná, os presentes à reunião concordaram que somente o presidente pode ser bem-sucedido na tarefa de reaproximar Osmar e o governador Roberto Requião. E a expectativa é que Lula entre em ação nos próximos dias, informou Vanhoni.

“Acreditamos que a partir de agora as discussões vão envolver mais diretamente o presidente. Pelo menos, nós entendemos que deve haver um encontro do presidente com o senador Osmar Dias, do Requião com o presidente. Essas conversas têm que ocorrer e, em breve”, disse Vanhoni.

O deputado petista, um dos que mantêm uma facilidade de diálogo com o governador do Paraná, acha que as sequelas da eleição de 2006 podem ser superadas se o presidente Lula mediar um acordo.

Vanhoni avalia que a rivalidade entre Osmar e Requião decorre do enfrentamento de 2006, ainda recente, mas que mágoas mútuas podem ser contornadas em favor de um projeto político e eleitoral nacional.

“Nós estamos acreditando que essas forças que estão juntas nacionalmente também vão se conformar no Paraná. É uma questão de tempo para construirmos esse projeto. E cada um dos partidos está fazendo o seu papel nessa construção”, disse Vanhoni.

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