Curitiba é a primeira parada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que hoje faz campanha na região sul, onde perdeu a eleição no primeiro turno. Lula chega a Curitiba por volta das 10 horas e faz comício, a partir das 11 horas, na Boca Maldita, onde o palco foi montado ontem no final da tarde. Este será seu único compromisso na cidade. Em seguida, ele vai a Alvorada, Canoas e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
No Paraná, conforme pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha na quarta-feira passada, 18, o presidente já se recuperou e ostenta 49% das intenções de voto contra 46% do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Na comitiva de Lula estarão os ministros Celso Amorim (Relações Exteriores), Dilma Rousseff (Casa Civil), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) e Paulo Bernardo (Planejamento).
Ao contrário do comício que fez em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, no primeiro turno da campanha eleitoral, desta vez, o presidente terá a companhia de peemedebistas no seu palanque. Mas a principal liderança do partido no estado, o governador licenciado e candidato à reeleição, Roberto Requião, não estará entre eles.
Até o início da noite de ontem, o governador mantinha a decisão de permanecer neutro na campanha eleitoral. A agenda de Requião, confirmada pela assessoria, prevê uma viagem ao interior do estado, começando às 10 horas, por Alvorada do Sul, Londrina, Cornélio Procópio, Santo Antônio Platina e Jacarezinho.
No lugar de Requião, quem estará no palanque de Lula é o vice-governador Orlando Pessuti, deputados e secretários de governo, como Maurício Requião, da Educação. Ontem, o presidente estadual do PT, André Vargas, e Pessuti inauguraram comitês Lula-Requião em Cascavel, Londrina, Medianeira e Foz do Iguaçu.
Sem pressão
O coordenador da campanha de Lula no Paraná, Jorge Samek, disse que conversou com o governador Roberto Requião, mas que não insistiu na participação do peemedebista no comício. ?Disse a ele que será sempre bem-vindo, apenas isso. Não vou ficar cobrando?, afirmou Samek. Ele comentou que a troca de apoio está funcionando entre os dois partidos. ?O importante é que o PT está ajudando o Requião e o PMDB está na campanha do Lula. Teremos vários peemedebistas conosco?, afirmou.
Peemedebistas justificam a posição de Requião dizendo que ele não pode se indispor com a ala tucana que apóia sua candidatura ao governo. Liderados pelo governador em exercício, Hermas Brandão (PSDB), e deputados estaduais, os tucanos pró-Requião são a compensação do peemedebista ao apoio de lideranças do PSDB no estado ao seu adversário, o senador Osmar Dias (PDT). Os votos tucanos fazem diferença num cenário de segundo turno em que o governador ainda não conseguiu abrir uma larga vantagem sobre o pedetista, argumentam.
O comício de Lula é visto como a última oportunidade de o governador expressar o apoio ao presidente, como fez em 2002 e em todas as demais campanhas de Lula à presidência da República. Desta vez, entretanto, ele flertou com o PSDB desde o início das articulações para a sucessão estadual. Depois da aliança feita e aprovada em convenção, a direção nacional anulou o acordo, mas o governador não recuou da composição com o grupo de Brandão.