O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou que não ficará refém do PMDB nos últimos dois anos de governo. Em entrevista hoje, durante inauguração da usina hidrelétrica de São Salvador, no sul de Tocantins, ele disse que os novos presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), são “parceiros” do Planalto. “Acho que eles dão muita tranquilidade, não ao presidente da República, mas ao País”, afirmou Lula. “São duas pessoas que, pela terceira vez, vão fazer a governança no Senado e na Câmara, portanto, têm muita experiência e responsabilidade.”

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Pouco antes, em discurso, Lula avaliou, sem citar nomes, que oligarquias nordestinas atrapalharam obras importantes ao longo da história para a população do semiárido. A uma pergunta de um repórter sobre o que achava da oligarquia de Sarney no Maranhão, o presidente se irritou: “Quem está dizendo que o Sarney é oligarca é você, não sou eu”. “O que eu disse é que, historicamente, a oligarquia do País que mandou por vários séculos não permitia que se fizesse uma obra como a interligação de bacias do São Francisco, e nós estamos fazendo sem nenhum problema”, declarou. “Apenas mostrei a diferença do comportamento que mandava no Brasil com a elite que hoje é favorável que a gente construa a obra.”

Durante a entrevista, porém, ao ser questionado se era possível governar sem alianças com oligarquias, Lula admitiu que não. “Não, tanto que eu tenho uma parceria extraordinária com os empresários brasileiros. Acho que é uma relação de respeito, uma relação digna”, disse. “Agora, todos nós na vida, seja o trabalhador ou o oligarca, cada um tem o momento de pensar coisas diferentes, e eu acho que tivemos momentos de muito retrocesso no Brasil pelo comportamento de uma oligarquia que, no século passado, não via com uma visão de futuro o nosso País”, afirmou.

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