O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu nesta quinta-feira (23) aos questionamentos da oposição e avisou que ainda “serão feitas tantas quantas medidas forem necessárias” para enfrentar a crise financeira internacional. “Eu não posso ficar preocupado com os gritos da oposição porque tudo o que a oposição quer é que o Brasil entre em uma crise profunda para que ela possa ter razão no discurso dela”, disse o presidente em entrevista após almoço, no Itamaraty, com o rei da Jordânia, Abdullah 2º.
Lula voltou a dizer que a resposta do governo para a crise é não paralisar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e continuar a fazer os investimentos em infra-estrutura necessários ao País.
Segundo ele, a solução para a crise é “mais produção e continuar fazendo com que o dinheiro circule”. O presidente negou que vá socializar prejuízos com a medida provisória que permite a aquisição de bancos e empresas em dificuldades. “Não vamos dar dinheiro. Não vamos favorecer quem fez especulação.” Lula afirmou não saber quantas empresas poderiam estar com algum tipo de problema.
O presidente comentou ainda que espera que, assim que as medidas que foram tomadas em vários países do mundo comecem a surtir efeito, haja um rebaixamento da tensão. No caso do Brasil, o presidente salientou que “vamos continuar trabalhando e, se nós tivermos cuidado no tratamento desta crise, quando ela acabar, estaremos mais fortalecidos ainda para dar um salto”.
Lula disse que está convencido de que parte da crise “os ricos têm que resolver” e emendou: “Fico extremamente irritado quando vejo dizer que o risco Brasil cresceu”. Ele explicou que nos países onde a crise começou ninguém fala que o risco deles estaria aumentando. Lula assegurou que o Brasil continua com sua solidez.
O presidente mais uma vez reagiu à possibilidade de bancos e financeiras estarem dificultando o oferecimento de empréstimos. “Isso é um problema. Não há nenhuma razão para os bancos pararem de fazer empréstimo. Nós estamos liberando o compulsório”. Sobre as medidas já anunciadas pelo governo, Lula disse que elas estão sendo adotadas porque está convencido de que “a melhor defesa é o ataque”.