Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (20) que o presidente da Bolívia, Evo Morales, sofre preconceito por ser índio e que isso também tem contribuido para a crise política no país. Morales, que antes de vencer a eleição era um dos princiapis líderes cocaleros, é da etinia Aymara.
Em café-da-manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, Lula defendeu a eleição de Morales e afirmou que, historicamente, a Bolívia sempre foi governada pela minoria.
Segundo Lula, a maioria dos bolivianos é de origem indígena, por isso o país não pode ter no comando um governante ?de olhos verdes e que fala inglês?.
O clima está tenso na Bolívia por causa dos departamentos (estados) que não aceitam a nova Constituição do país e, no último fim de semana, declararam autonomia em relação ao governo central.
Lula afirmou que não existem divergências entre ele e Morales por questões relativas ao gás boliviano, embora "todos" apostassem que haveria uma ?guerra? entre os dois países.
Na segunda-feira (17), a Petrobras retomou os investimentos em exploração de gás natural na Bolívia. O acordo firmado com a estatal YPFB saiu depois de uma intensa negociação.
Lula também falou sobre o susto que levou com o desmaio do ministro da Justiça, Tarso Genro, em um evento em La Paz, capital boliviana, quando a Bolívia, o Brasil e o Chile assinavam acordo para a construção de um corredor interoceânico.
O presidente contou que, na hora, achou que o ministro morrido. E disse que, pela primeira vez, dormiu de luz acesa e com a porta do quarto aberta com receio de também passar mal na capital boliviana.