Num discurso de quase 40 minutos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu ontem, em Belo Horizonte, às críticas da oposição a sua viagem para visitar obras de transposição do Rio São Francisco, na semana passada. “Agora desgraçou tudo, porque agora os homens estão ficando nervosos porque nós estamos inaugurando obra”, afirmou ele, durante inauguração do programa Cidade Digital. “É a primeira vez na minha vida que eu vejo homem ficar nervoso porque estão inaugurando obra. Eu, quando fazia oposição, ficava nervoso porque não tinha obra.” Irônico, ainda provocou a oposição. “Calma, calma, que nós ainda nem começamos a inaugurar o que nós temos de inaugurar neste país.”

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Lula não se referiu à crítica feita na véspera pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, para quem a Justiça Eleitoral deve investigar suas excursões ao lado da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, as quais qualificou de “vale-tudo” eleitoral. Mas defendeu as viagens em vários momentos do discurso. Segundo ele, agora há muito trabalho para ser feito fora de Brasília.

Diante de uma plateia visivelmente petista, formada em grande parte por funcionários da prefeitura de Belo Horizonte, Lula disse estar consciente de que será cobrado “como nenhum outro presidente do Brasil”. “Qualquer outro presidente da República, se não fizesse nada, ninguém cobrava, porque são tudo da mesma laia”, atacou. “Mas quando chega um metalúrgico na Presidência da República, se ele não dá certo colocam uma cangalha no pescoço dele e a classe trabalhadora nunca mais iria eleger um presidente da República.”

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