O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou suas críticas à imprensa durante comício nesta quinta-feira (02) em Diadema e disse que durante seus oito anos de mandato como presidente ele foi “trucidado” pela imprensa e que “apenas nove famílias” determinam o que e como as coisas serão publicadas.

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“Existe uma doutrina de nove famílias que dominam a comunicação nesse País, que determina quem é o inimigo, quem é bom e quem é ruim neste País, o que vai mostrar e o que não vai mostrar”, disse.

“Aqui no Brasil, quando uma pessoa que não faz parte da elite e chega ao governo, normalmente, é trucidado pela imprensa. Eu fui durante oito anos”, afirmou, em seu segundo discurso do dia.

Lula lembrou que quando foi candidato contra Fernando Collor, enquanto ele aparecia todo suado na televisão, o concorrente aparecia “sempre em pé, bonitinho, parecia um pôster”. “Eu não estou me queixando”, disse. “Estou contando isso para que as pessoas saibam que a perseguição ao PT é um negócio descomunal.”

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Segundo Lula, no governo tucano que o antecedeu a imprensa fazia justamente o contrário. “Fernando Henrique Cardoso ganhou as eleições e a imprensa fez oito anos de silencio, era um País onde tudo parecia que estava bom”, disse. “O dado é que eles me massacraram e quando chegou no final do meu mandato, pela primeira vez na história, um presidente tinha 87% de bom e ótimo”, disse.

Manchetômetro

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Lula trouxe um papel com dados do manchetômetro, criado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com análise das manchetes e notícias dos candidatos a presidência divulgados pela imprensa.

“Eles avaliaram para quem a imprensa torcia, se era neutra, favorável ou contra. Presta atenção no número você que acha que a imprensa muito democrática”, declarou.

De acordo com os dados divulgados pelo ex-presidente, o Jornal Nacional não veiculou nenhuma notícia negativa contra a candidata do PSB, Marina Silva. Já o candidato Aécio Neves teve 5’35 (cinco minutos e 35 segundo) de matérias negativas, e Dilma teve 1h46m57s de noticias negativas. “É mais do que uma partida de futebol de notícia negativa contra a companheira Dilma Rousseff”, afirmou.

A mesma pesquisa mostrou que em matérias positivas também haveria uma postura prejudicial à candidata petista. Marina teve 10m47s de matérias positivas, contra 7m42s de Aécio e 4m15s de matérias positiva a respeito de Dilma.

Citando mais dados – que incluíam a cobertura do jornal O Estado de São Paulo, a Folha de S. Paulo, O Globo e o Jornal Nacional -, Lula afirmou que do dia 6 de julho até agora, quando começou a campanha, Dilma também é o alvo preferencial para críticas.

Segundo ele, as notícias negativas em manchetes dos jornais em relação aos candidatos aconteceu na seguinte proporção: Aécio Neves (39), Marina (75) e Dilma (490).

“Estou querendo dizer a vocês que o grande partido de oposição ao nosso partido e a presidente Dilma chama-se imprensa brasileira”, reforçou. Lula voltou a dizer que pensou que o “ódio” era contra ele, mas disse que contra Dilma os ataques são ainda piores.

O ex-presidente lembrou ainda que hoje é o último dia permitido pela lei eleitoral para atos de campanha e disse que a partido de agora é preciso usar o boca a boca.

“Vamos fazer da nossa boca o microfone. Não tem que brigar, discutir ou romper amizade”, disse. Segundo ele, o argumento que dele ser usado “quando estiverem falando mal” do partido e do governo é dizer para que as pessoas lembrem “como era o Brasil antes do Lula governar esse País”.