O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve deixar para a presidenta eleita, Dilma Rousseff, resolver a indicação do 11º ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e também a compra dos novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB). Lula, porém, quer deixar decidido, antes do fim de seu mandato, se extradita ou não o italiano Cesare Battisti.
“Esse é um assunto (extradição) em que tanto eu posso tomar uma decisão agora ou deixar para a presidenta tomar. Eu preferiria tomar agora. Se o parecer estiver pronto, decido agora, para não deixar esse assunto, que é sempre amargo. Tem gente que quer que o Battisti fique, tem gente que quer que ele vá embora. Não quero deixar nenhuma confusão para a nova presidenta”, disse o presidente durante gravação de entrevista à TV Brasil ontem à noite.
Sobre a indicação do ministro que ocupará a vaga aberta no STF com a aposentadoria do ex-ministro Eros Grau, Lula disse que ainda irá conversar com Dilma sobre a indicação do novo nome, sinalizando que pretende passar a ela essa tarefa. Para Lula, “não há muita pressa” em decidir essa questão, já que o tribunal entrará de recesso e só voltará a trabalhar em fevereiro do ano que vem.
Também deverá ser a presidente Dilma quem terá de definir a compra dos novos caças para a FAB. O presidente Lula ressaltou na entrevista que a aquisição dos aviões representa “uma dívida muito grande, de longo prazo para o Brasil”. “Eu poderia assinar e fazer um acordo com a França, mas não vou fazer”, afirmou. De acordo com o presidente, o Conselho Nacional de Defesa ainda dará seu parecer quanto aos caças franceses.
A entrevista exclusiva do presidente Lula à TV Brasil foi gravada ontem à noite para o telejornal Repórter Brasil. Segundo a produção da TV, a exibição do material será feita dentro de uma série de especiais, com data ainda não definida. Com informações da Agência Brasil.