Foto: Ricardo Stuckert/PR |
O presidente Lula com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau (D), e o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (E). continua após a publicidade |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que ainda não tem uma posição sobre uma possível candidatura à reeleição à Presidência da República. "Nós temos que governar o País até 31 de dezembro. Somos pressionados a decidir sobre isso (reeleição) o tempo todo, mas para quem está governando é ainda muito cedo para tomar esta decisão", disse Lula em seu discurso durante a inauguração da subestação de energia de Furnas Centrais Elétricas, na cidade de Viana (ES).
Para o presidente, a oposição tem mais pressa do que a situação para decidir seus candidatos. "Particularmente, não tenho clareza sobre esta questão da reeleição. O que eu sei é que precisamos concretizar o projeto que estamos desenvolvendo para este País", afirmou. E, como não fosse candidato, Lula voltou a enumerar programas de sua administração. Principalmente, no que se refere à economia.
O presidente aproveitou para citar alguns números que exemplificam, segundo ele, o crescimento da economia durante seu governo, como o aumento do volume de exportações. "Levamos 500 anos para chegar a US$ 60 bilhões de exportações e em quatro anos dobramos esse volume", disse. E na mesma linha que adotou nos últimos meses do ano passado, Lula vai percorrendo o País numa série de eventos e negando que tenha interesse eleitoral.
Enquanto o presidente Lula tenta convencer as pessoas de que ainda não sabe se vai ser candidato, o PT tenta convencer de que ainda não tem candidato e decidiu delegar aos filiados a tarefa de "convencer" o presidente a disputar a reeleição. Apesar de Lula insistir que só anunciará a decisão em junho, o partido iniciou ontem conversas com diretórios estaduais e municipais para incentivar a mobilização dos integrantes em atividades como manifestações, atos públicos e debates, todos concentrados no tema da reeleição
"A idéia é fazer com que os filiados peçam ao presidente que seja candidato. Na verdade, não é nem pedir, é convencê-lo, sensibilizá-lo", disse o secretário de Mobilização da legenda, Martvs das Chagas. Ele afirmou que a estratégia não será guiada por meio de algum tipo de repasse de recursos às direções estaduais, mas sim do incentivo à arregimentação em torno da candidatura do presidente
"Estas são ações simples, que não exigem recursos para serem realizadas", afirmou. Ele disse também que a direção não tem a intenção de sugerir um modelo específico para a mobilização, deixando a cargo dos diretórios regionais a definição e o perfil das atividades. "Deixaremos esta decisão para cada diretório estadual, pois cada um tem uma cultura diferente", disse. Chagas declarou que não haverá um prazo específico para a arregimentação, mas ressaltou que duas datas, em especial, devem concentrar grande parte dos trabalhos
A primeira, segundo o secretário de Mobilização do PT, é o dia 10 de fevereiro, em que se comemora o 26.º aniversário da sigla. A segunda é o período entre 28 e 30 de abril, em que será realizado o encontro nacional da agremiação.
Antes disso, porém, o PT realiza no próximo dia 13 um jantar em comemoração aos seus 26 anos de fundação, com a presença já confirmada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), em Brasília. O partido vai aproveitar a festa para arrecadar fundos e a expectativa é reunir mais de mil pessoas no jantar, cujos convites estão sendo vendidos por R$ 200, R$ 500, R$ 1 mil, R$ 2 mil ou R$ 5 mil. "Quem quiser participar, contribui de acordo com suas possibilidades, dentro das cinco faixas de preços", explica Paulo Ferreira, secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT.