Lula dá um conselho para Requião

Sem entrar em polêmicas como o julgamento dos ?mensaleiros? no Supremo Tribunal Federal, ou a crise no Senado por conta das denúncias contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente Lula aproveitou seu discurso em Piraquara para destacar as ações sociais de seu governo, lembrar sua trajetória e dar um ?conselho? ao governador Roberto Requião quanto ao tratamento com a imprensa.

?Eu sou menos nervoso que o Requião. Ele fica nervoso, briga. Eu aprendi a ter paciência. Eu não brigo com a imprensa?, disse o presidente logo após o governador ter, mais uma vez, atacado a mídia durante todo o seu discurso. Eu acho que a liberdade de imprensa é um bem incomensurável para a democracia. A única coisa em que eu acredito é na verdade. Quem escrever a verdade, quem falar a verdade, o povo que estiver lendo ou estiver vendo vai acreditar. Quem estiver mentindo, o povo também vai ter discernimento para saber o que é mentira, o que é verdade? explicou Lula.

O único assunto polêmico tratado por Lula em se pronunciamento foi a crise econômica internacional. O presidente destacou que a crise pouco afetou o Brasil, que está mais preparado para enfrentar turbulências como essa. ?A diferença é que, antes, quando tinha um começo de crise nos Estado Unidos, o Brasil já quebrava, o ministro da fazendo já tinha ido 80 vezes aos Estados Unidos, o FMI já tinha vindo aqui 150 vezes. Pois bem, a crise esta lá, nós não devemos nado ao FMI, não devemos ao Clube de Paris e temos 160 bilhões de dólares de reserva?, destacou Lula, para depois revelar que, mesmo assim, o governo está atento aos acontecimentos.

Além do presidente e do governador, diversos prefeitos também discursaram na solenidade, entre eles, o de Curitiba, Beto Richa, que alfinetou o governador ao agradecer o presidente pela ?sensibilidade de não deixar divergências políticas e partidárias interferirem no repasse de recursos para projetos em benefício da população?, em alusão ao impasse quanto ao repasse de verbas do Estado para obras em Curitiba.

Apesar de ter defendido a imprensa, o presidente acabou frustrando dezenas de jornalistas após a cerimônia, ao deixar a escola sem conceder entrevista, apesar de sua assessoria ter montado uma estrutura para a coletiva.

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