Lula dá aval para PT negociar com Ciro Gomes em São Paulo

Em meio a um clima de disputa no PT paulista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado a representantes do partido no Estado. Em conversas recentes com dirigentes, disse que não vê problema algum na discussão sobre um eventual apoio do PT ao deputado Ciro Gomes (PSB-CE) para disputar o governo de São Paulo. Afinal, disse ele, a prioridade é colocar no Palácio do Planalto a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ainda assim, Lula frisou que não se trata de enterrar a tese de uma candidatura própria, vaga que gostaria de ver nas mãos do ex-ministro e deputado Antonio Palocci (PT-SP).

A recomendação, dizem interlocutores de Lula, é não ter pressa em definir o quadro em São Paulo. O presidente ainda tem esperança de que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a denúncia contra Palocci, pela quebra do sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Além disso, adiar a decisão daria tempo para avaliar a capacidade de outros nomes do PT de viabilizarem uma candidatura.

Do lado do PSB, entusiastas da candidatura de Ciro dizem esperar apenas a formalização das conversas. A torcida é por um encontro entre o deputado, Lula e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB. “Eu diria que estamos com 80% do caminho percorrido”, disse o deputado Márcio França (SP), presidente regional da sigla.

No PT paulista, entretanto, o discurso continua sendo o da candidatura própria, embora em tom mais ameno. Para a direção nacional da sigla, o momento é de apresentar posições, sem pressa e sem descartar as alternativas. “Claro que o cenário ideal é o da candidatura própria. Mas não podemos desprezar a possibilidade de uma aliança forte em São Paulo, sem o PT na cabeça de chapa”, argumentou o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP).

Câmara

Citado por Ciro como um dos que tentam convencê-lo a concorrer em São Paulo, o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), voltou a dizer que apoia Emidio para a vaga. Mas defendeu novamente a negociação com o PSB. “O principal na disputa eleitoral do PT é a eleição de Dilma. Nos Estados, temos de ter um palanque forte, de preferência com todos os partidos da base.”

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