O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o Tribunal de Contas da União (TCU) ao inaugurar a primeira etapa das obras de ampliação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária.

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Na lista de obras com suspeita de irregularidades apontadas pelo TCU em setembro do ano passado, a ampliação da Repar chegou a ter pedido de suspensão, vetado pelo presidente Lula. “Esta obra é muito importante para o Brasil, primeiro, pela quantidade de empregos que esta obra está gerando agora, aproximadamente 15 mil, e pelo que vai gerar lá para o mês de junho, que pode chegar a 25 mil empregos. E eu estou aqui com muito orgulho, porque não faz muito tempo que recebi a notícia de que a Petrobras iria ter que mandar embora 11 mil que trabalhavam aqui, porque o Tribunal de Contas tinha mandado para o Congresso Nacional, para a Comissão de Orçamento, um aviso de que tinha suspeita de irregularidade na obra e que, portanto, essa obra tinha que ser suspensa”, lembrou Lula.

“Se tem que fazer investigação, que faça, se tem que apurar, que apure, mas não vamos fazer com que um trabalhador, um brasileiro, que está levando pão para sua casa, fique desempregado porque alguém suspeita que alguma coisa está acontecendo. E fui convencido a vetar, no Orçamento da União, a parte que acusava a Petrobras”, justificou.

Para o presidente, o excesso de burocracia e a paralisação de obras são as coisas que mais irritam “Irrita quando você decide uma coisa e essa coisa não acontece. Muitas vezes você toma uma decisão, todo mundo está de acordo, mas há um emperramento burocrático que a coisa não anda. Hoje, um governador de Estado e um presidente da República não conseguem fazer uma obra estruturante em um mandato de quatro anos. Licitação, licença, fiscalização, embaraços na Justiça. O excesso de burocracia me deixa profundamente irritado”, disse.

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Lula também rebateu as críticas sobre a queda de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2009. “Ontem saiu o resultado do PIB de 2009. Eu vi a cara de algumas pessoas, na televisão, falando do PIB. Alguns tinham até a ponta de um sorriso: “Finalmente, finalmente, nós pegamos o Lula, porque o PIB dele não cresceu’”, brincou Lula.

“Mas se tem um país em que o povo não vivenciou a crise, foi este aqui, porque o consumo por família cresceu 4,1%. Significa que as mulheres e os homens deste país continuaram comprando aquilo que tinham que comprar”, comentou.

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Lula culpou alguns setores empresariais pelo resultado do PIB. “Por medo, as matrizes orientaram o setor automotivo a brecarem os investimentos. Um medo que não se justificou. O Brasil resistiu à crise e em março já batia recorde de vendas de carros”, disse.

Ele comentou, ainda, a reclamação dos governadores do Rio de Janeiro (Sérgio Cabral PMDB) e Espírito Santo (Paulo Hartung PMDB) sobre a partilha do pré-sal entre todos os estados.

“Por isso que quando mandei o Marco Regulatório para o Congresso, sugeri que não discutíssemos royalties neste ano. É um ano eleitoral e todo mundo está querendo jogar para sua plateia, sem se preocupar com o que é melhor para o Brasil”, comentou.

Lula ainda passou pela Positivo Informática, empresa que disse ter alcançado o primeiro lugar na produção de computadores depois de o governo federal ter lançado o programa “Computador para Todos”, e onde prometeu que, “se o setor privado não fizer parceira com a União para implantar banda larga em todo o país, o governo federal fará”. De lá, seguiu para Londrina, onde inaugurou um call center com dois mil funcionários.