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Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr
Osmar Dias: senador é contra o partido entrar no governo.

Brasília (AE) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou durante reunião ontem com dirigentes nacionais do PDT, o partido a fazer parte do governo de coalizão no segundo mandato, mas os pedetistas devem dar uma resposta apenas no ano que vem. A informação foi dada pelo presidente nacional do partido, deputado federal Carlos Lupi (RJ), que participou do encontro.

Esse foi o quarto encontro do presidente com lideranças partidárias. Depois das eleições, Lula já se encontrou com integrantes do PT, do PMDB e do PTB. De acordo com o deputado, cargos no governo não foram tema da reunião. O assunto, segundo o pedetista, será discutido com a bancada e o diretório nacional. Ele (presidente Lula) sabe que o PDT trabalha com programas e princípios. Para nós, isso é mais importante que qualquer cargo, disse no Palácio do Planalto.

Lupi não informou quando o partido deve tomar uma decisão em relação ao apoio ao governo e nem qual papel os pedetistas desempenhariam numa possível aliança. O governador eleito do Maranhão, Jackson Lago, que participou do encontro, acredita que o partido vai apoiar o governo Lula a partir de 2007. ?Eu tenho sentido isso dentro do partido?, disse.

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O senador Osmar Dias, líder do PDT no Senado, defendeu em discurso na tribuna do Senado, que seu partido mantenha uma postura de independência em relação ao governo Lula, sem fazer parte da coalização governista e sem ocupar cargos no governo federal. Para Osmar Dias- que pela manhã participou de um encontro entre a cúpula do PDT e o presidente Lula – a posição de independência em relação ao governo deve ser mantida por uma questão de coerência. ?O PDT deve ter coerência. Durante o primeiro mandato do presidente Lula fizemos uma oposição responsável. O partido não participou da campanha pela reeleição, teve uma postura independente e é essa a posição que deve prevalecer agora?, analisou.

Osmar Dias questionou a posição de parte da bancada de deputados do PDT, que pretende dar apoio incondicional ao governo. ?Não entendo porque alguns deputados estão tão encantados com o presidente Lula e manifestam interesse na participação no governo, inclusive com cargos?, disse. Para o senador, o PDT tem uma história a preservar e, deve sobretudo, ser coerente. ? A coerência com o partido, com sua história, recomenda que o partido mantenha independência. Vamos apoiar o governo quando julgarmos que apresenta propostas e projetos do interesse da maioria da população e criticá-lo quando a matéria não for do interesse nacional. Vamos fazer uma oposição responsável, construtiva. Não há por que o PDT aderir ao governo e muito menos ocupar cargos?, disse.

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Os senadores Cristovam Buarque (DF) e Jefferson Peres (AM) também são contra a aliança com o governo. Esse apoio não pode ser incondicional. O PDT deveria manter a posição que teve nos quatro anos, afirmou Dias.

Questionado se o partido vai acatar a posição de independência dos senadores, Carlos Lupi disse que eles terão espaço para apresentar opinião. ?Eles que discutam dentro do partido e apresentem sua opinião. A opinião vitoriosa será aquela que vai conduzir o partido?, disse. Participaram também do encontro o líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (RJ), o secretário-geral do PDT, Manuel Dias e o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro.