O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o senador Osmar Dias (PDT) para uma conversa no Palácio do Planalto. O encontro será agendado ainda esta semana, segundo informou o senador. O presidente não adiantou o assunto. "Não sei se será sobre 2005 ou 2006", afirmou Osmar, que foi convidado pelo ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner.
O convite de Lula veio no mesmo momento em que o PDT, reunido no domingo passado, dia 4, em São Paulo, decidiu anunciar que pretende lançar um candidato à Presidência da República. Líder do PDT no Senado, Osmar pode ter seu projeto de disputar o governo do Paraná no próximo ano, atropelado pela posição da direção nacional do partido. Osmar contava ter liberdade para compor suas alianças para a sucessão estadual, mas as pré-candidaturas dos senadores Jefferson Peres (AM), Cristovam Buarque (DF) e do governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, alteraram uma tendência do partido que, inicialmente, não entraria na corrida presidencial.
Se o PDT mantiver a decisão de lançar candidato a presidente da República e o Congresso Nacional não votar a proposta de fim da verticalização das coligações, a regra que obriga a reproduzir nos estados as mesmas alianças da disputa presidencial, o senador pedetista terá dificuldades para levar adiante sua candidatura ao governo. Mais do que a verticalização, o que pesa mais é o lançamento da candidatura do PDT à Presidência da República, afirmou o senador. O encontro com Lula pode incluir uma conversa sobre sucessão estadual. Na quarta-feira passada, dia 30, o presidente esteve em Curitiba e durante uma conversa com lideranças do seu partido no Estado, manifestou curiosidade sobre o andamento da candidatura de Osmar ao governo do Paraná. "Enquanto o presidente estadual do PT fala por aí que eu não tenho nada a dizer, o presidente me chama para conversar. É sinal de que ele acha que eu tenho alguma coisa a dizer", afirmou o senador, referindo-se a um comentário depreciativo que teria sido feito pelo presidente estadual do PT, André Vargas, sobre a entrevista concedida por Osmar à TV Educativa, exibida há quinze dias.
Queda
Os tucanos do Paraná reagiram com preocupação à posição do PDT nacional, manifestada pelo presidente nacional do partido, Carlos Lupi, na convenção do partido em São Paulo. Lupi disse que o PDT terá candidato a presidente e não faz alianças com o PT e nem com o PSDB. "É bom que o PDT defina logo sua posição, porque assim nós também definimos a nossa aqui", afirmou o deputado estadual Valdir Rossoni, presidente do PSDB do Paraná.
Rossoni disse que se a verticalização continuar valendo e o PDT insistir na candidatura à Presidência da República, acabou o projeto de construção de uma frente de oposição em torno da candidatura do senador Osmar Dias no Paraná. "Se não cair a verticalização, está inviabilizada a frente", afirmou o dirigente tucano, acrescentando que os partidos não têm mais como retardar as decisões sobre a disputa de 2006.
O senador Osmar Dias afirmou que, por enquanto, trata-se apenas de uma opinião do presidente do partido. No próximo sábado, dia 10, haverá uma reunião do PDT no Rio de Janeiro, onde a decisão será tomada. Osmar relatou que, na quarta-feira passada, dia 30, almoçou com o presidente nacional do partido e ficou combinado que a palavra final sobre sucessão presidencial seria dada na reunião do Rio de Janeiro.