O presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá se licenciar do cargo para se dedicar à campanha de seu sucessor em 2010. "Estou pensando se tiro uma licença para participar da campanha e pedir voto. Transferência de voto é algo que não existe, mas quem sabe pode dar certo", afirmou, durante jantar que ofereceu no Palácio da Alvorada aos líderes dos partidos aliados na Câmara. Ao falar da sucessão presidencial, Lula se benzeu fazendo o sinal da cruz: "É claro que tudo vai depender da popularidade do governo".
Nas eleições municipais, contudo, ele decidiu ficar fora dos palanques no primeiro turno. "Me deixe fora disso, tem muita gente e muitos partidos", observou, dirigindo-se ao líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), que perguntou sobre sua participação na campanha de 2008. "A menos que em algum lugar a coalizão tenha um candidato único", completou.
Lula não quer entrar em brigas eleitorais dos aliados para as prefeituras, mas, no segundo turno, admitiu participar da campanha desde que a disputa seja entre candidatos da oposição e governo. Ao falar da oposição, mostrou-se preocupado a falta de discurso de seus adversários políticos. "Nosso principal problema é que temos uma oposição sem discurso. Isso é ruim, pois quando não tem discurso, inventa", disse, segundo relato de deputados.