O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que não vai dar palpite sobre a equipe que a presidente eleita Dilma Rousseff vai montar. Segundo ele, a equipe do futuro governo “tem de ser a cara e a semelhança” de Dilma e só ela poderá dizer quem vai entrar, quem ela quer ou não quer. Segundo ele, a continuidade é de “política de governo” e “não de pessoas”. Ele lembrou que Dilma conviveu com ele oito anos, “nos bons e maus momentos” e sabe que terá de montar “uma equipe que seja harmoniosa”. E aconselhou: “Se o time não estiver coeso, treinado, e se não tiver muita harmonia entre os jogadores, se eles estiverem brigando entre si, o jogo não dá certo”.

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Para o presidente, Dilma tem o direito de montar uma equipe excepcional, porque ela conhece muito mais gente do que ele conhecia em 2002. Além disso, porque a relação com os partidos está muito mais consolidada do que estava em 2002, e porque ela passou oito anos no governo, conhecendo por dentro e por fora. “Ela conhece as pessoas boas e as que não são tão boas. Ela conhece os craques e os que não são tão craques. Portanto, a bola está com a senhora, dona Dilma, monte o seu time que eu estarei na arquibancada de camisa uniformizada, sem corneta, batendo palma, e nunca vaiando, sempre aplaudindo”, disse.

Lula falou ainda que “a vantagem” de Dilma em relação a ele, neste processo todo, é que ela “ajudou a colocar o carro em marcha”. “O carro não está na garagem, os pneus estão calibrados, o motor está regulado, o carro está andando a 120 quilômetros por hora e ela, se quiser, pode pisar um pouco mais no acelerador e chegar a 140 ou 150 quilômetros por hora”, disse. “Ela não tem por que brecar este carro, ela só tem de dirigir com muita responsabilidade e olhar bem as curvas, não passar onde tem duas faixas amarelas, porque ela aprendeu na Unicamp e na Casa Civil que na economia não existe mágica, não vai sair nenhum coelhinho da cartola. É seriedade”, acrescentou.

Lula disse que Dilma não irá mais acompanhá-lo na viagem a Moçambique, na próxima segunda-feira. Vai apenas se encontrar com ele, em Seul, na Coreia do Sul, na reunião do G-20. Mas Dilma reafirmou que dará prosseguimento à política de Lula de apoio aos países mais pobres, pela posição de liderança do Brasil.

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