O deputado Luiz Nishimori anunciou ontem que pediu licença por tempo indeterminado do PSDB, no qual responde a processo de expulsão, sob a acusação de desrespeitar a linha de oposição ao governo determinada pela executiva estadual. Após ser substituído pelo deputado Ademar Traiano na liderança da bancada, ontem pela manhã, Nishimori decidiu se afastar do partido justificando que necessita de um prazo para decidir seu futuro.
A licença de Nishimori não suspende a tramitação do processo de expulsão, informou o presidente estadual do partido, deputado Valdir Rossoni. ?Isso depende dos 45 membros do diretório estadual?, afirmou o dirigente tucano, acrescentando que o diretório irá se reunir no próximo mês, como está previsto no estatuto do partido, para julgar o caso de Nishimori.
Rossoni afirmou que a licença de Nishimori e sua saída da liderança foi resultado de um acordo para evitar que prosseguisse o desgaste público do deputado e do partido. ?Há trinta dias vínhamos trabalhando nisso. Ele sabia que não havia mais condições de permanecer na liderança. Esta foi a saída menos dolorosa?, disse o presidente do partido.
Sucessão estadual
Traiano disse que assume a liderança com o propósito de evitar problemas para o prefeito de Curitiba, Beto Richa, que segundo o deputado, precisa ser preservado das divergências internas para ser o candidato do partido ao governo em 2010. ?Temos um projeto a construir. Quanto menos dificuldades internas houver, mais estará solidificado o caminho para a sucessão estadual?, disse.
O novo líder destacou que vai discutir com os demais deputados da legenda cada uma das posições adotadas pelo PSDB em plenário nas votações para que não haja dúvidas sobre a linha do partido. ?Prevaleceu entre nós a idéia de que o partido tem que mostrar sua identidade. E mesmo os deputados que votam com o governo têm essa consciência?, disse o novo líder.
O primeiro acordo com os tucanos governistas foi que, a partir de agora, eles terão de votar favoravelmente aos requerimentos e pedidos de informações de autoria de integrantes do partido, mesmo que contrários aos interesses da base aliada. O deputado Luiz Accorsi disse que o grupo irá votar a favor de todas as matérias que julgar interessantes para o Estado. E também se comprometeram a aprovar os requerimentos do partido.
Por enquanto, estes são os termos da trégua selada ontem. Traiano disse que não pode haver radicalismo de nenhuma parte. ?Nós vamos ter de conversar bastante. Algumas normas serão discutidas. O líder tem de ter um papel equilibrado?, afirmou.