O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux deu o terceiro voto hoje pela condenação por corrupção ativa do ex-ministro José Dirceu e do ex-presidente do PT José Genoino por conta da compra de apoio político no governo Lula (2003-2010).

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Até agora os dois foram absolvidos pelo relator do caso, Ricardo Lewandowski, que responsabilizou o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pelo esquema.

Além dos três petistas, Fux, Rosa Weber, Joaquim Barbosa consideraram culpados o empresário Marcos Valério, seus sócios, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, seu advogado, Rogério Tolentino e sua funcionária Simone Vasconcellos. Lewandowski inocentou Tolentino. Outros seis ministros ainda precisam analisar o caso.

“Pelas reuniões, pelos depoimentos, evidente que esse denunciado [Dirceu] figura como articulador político desse caso penal, por sua posição de destaque no partido e governo.”

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Fux disse que o ex-tesoureiro era um dos comandantes do esquema. “Delúbio Soares entregou dinheiro em espécie para repasse ao PP, a ex-dirigente do PTB.”

“São aproximadamente 15 fatos que estão também cercados. É inviável que tudo ocorreu no esquema delituoso que não fosse de conhecimento do tesoureiro. Ele próprio era comandante do esquema delituoso.”

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Sobre Genoino, disse que na qualidade de líder do PT não poderia “desconhecer” o esquema. Fux afirmou ainda que “a corrupção não está necessariamente ligada ao interesse econômico”, rebatendo indiretamente argumentos em defesa de Genoino.

“Ele era responsável pelos cheques, o que reforça a tese de que tinha conhecimento da receita do partido e dos empréstimos irregulares contratados pelo partido”, afirmou ainda sobre o ex-presidente do PT.

Luiz Fux, Rosa Weber, Lewandowski e Barbosa absolveram Geiza Dias, funcionária de uma agência de publicidade de Valério e o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto, por falta de provas.