Lobão: CPI não paralisa Petrobras

 

Brasília, 2 – O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar a Petrobras não deverá paralisar completamente a empresa, mas prejudicará o trabalho dos diretores e gerentes da estatal petrolífera.

“Paralisar 100% eu não acredito, mas acho que pode criar dificuldades”, afirmou o ministro, explicando que, por causa das investigações da CPI, muitos diretores e gerentes da Petrobrás estarão ocupados em atender às demandas da comissão para prestar esclarecimentos.

Lobão, que chegou esta manhã à Câmara dos Deputados, onde participará de seminário sobre a exploração do petróleo do pré-sal, camada localizada abaixo do leito marinho. Senador licenciado pelo PMDB, ele afirmou que está em contato com líderes partidários no Senado e tem conversado com eles sobre a CPI.

“Tenho falado com os líderes. É da natureza da vida pública que um ministro converse com parlamentares sobre assuntos relativos ao seu ministério”, disse. Lobão negou que a Petrobras seja uma empresa politizada. Disse que, mesmo no caso de indicação de algum diretor por um político, “isso não é um pecado”, se o diretor em questão tiver competência técnica para o cargo.

Pré-sal

O ministro de Minas e Energia disse também que o governo brasileiro encaminhará ao Congresso Nacional, até o mês agosto, um projeto de lei com o novo marco regulatório para exploração de petróleo na camada do pré-sal. Segundo Lobão, a comissão interministerial que está elaborando a proposta concluirá os trabalhos até 15 de junho, quando encaminhará a minuta do marco regulatório ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lobão avaliou que seis meses são suficientes para que o Congresso vote o projeto de lei. Ele lembrou que o governo pode pedir uma urgência para o andamento da proposta na Câmara e no Senado. “Este ano, teremos o marco regulatório do pré-sal”, disse Lobão, ao chegar à Câmara para participar do seminário que discute o assunto.

O ministro reiterou mais uma vez que a criação de uma estatal 100% pública para gerenciar a produção do pré-sal está entre as hipóteses analisadas pela comissão. “Teremos inclusive uma reunião hoje sobre isso. Faremos duas ou três reuniões por semana até concluir os trabalhos”, disse.

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